CPI da Pandemia ouve a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina - Mix de Notícias

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CPI da Pandemia ouve a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
A CPI da Pandemia ouve neste momento a médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista, que defende o chamado "tratamento precoce" para a Covid-19. O depoimento, previsto para começar às 9h, foi iniciado por volta das 10h10.

Funcionária do Hospital Israelita Albert Einstein, Nise tem 62 anos e chegou a ser cotada para o cargo de ministra da Saúde após a demissão de Luiz Henrique Mandetta, em abril de 2020, e no mês seguinte, quando Nelson Teich deixou o comando da pasta, 29 dias após sua nomeação.
Resumo de CPI da Pandemia:

Nise: Nunca estive sozinha com o presidente da Republica

Questionada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre quantas vezes havia se reunido com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), Nise afirmou se lembrar de 4 ou 5 ocasiões.

"[Foram] vários momentos sociais. Umas 4 ou 5 vezes. E nenhum momento só eu e ele. Tivemos uma reunião com os médicos pela vida, outra reunião sobre células-tronco, sobre outras coisas", afirmou.

Ela disse ainda que esteve em uma reunião interministerial presidida pelo general Braga Netto e que tev a presença do ministro da Saúde e do diretor da Anvisa. "Eu fui convidada, uma colaboradora eventual."

Renan afirmou que o grupo de checagem de dados da CPI informou que Nise teve uma reunião individual com Bolsonaro em 15 de maio de 2020. Ele então perguntou se ela confirmava esse fato.

"Não me recordo. Nunca tive reunião sozinha com ele", disse a médica.

Ele então, a pedido do senador Rogério Carvalho (PT-SE) perguntou quantas vezes ela esteve no Ministério da Saúde.

"Inúmeras vezes, em vários governos. Desta vez, estive em uma reunião que o ministro [Eduardo] Pazuello não pode participar totalmente e deixou vários técnicos.

O senador governista Jorginho Mello (PL-SC) pediu a palavra pra pedir que a médica seja mais direta em suas respostas.

"Dispense os floreios, estou querendo ajudar a senhora. Seja positiva. A senhora tem conteúdo. Dispensa esses floreios e responda objetivamente e, aí, a senhora nem dá brecha para o senador Renan insistir em perguntas que só ele quer."

Médica diz não integrar e desconhecer existência de gabinete paralelo
Perguntada se fazia parte de um suposto gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre assuntos relacionados à pandemia à margem do Ministério da Saúde, Nise disse desconhecer a existência de tal estrutura.

"Eu desconheço um gabinete paralelo e muito menos que eu integre qualquer gabinete paralelo", afirmou.

"Eu sou uma colaboradora eventual e participo junto com os ministros de Saúde, deixei bem claro, como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde", completou.

Ela disse ainda que nunca levou para essas reuniões com Bolsonaro sua defesa de tese da imunidade de rebanho.

"Não, nunca discuti imunidade de rebanho com ele. Na realidade, tive poucos encontros. O que eu tenho são posições públicas, que são bastante detalhadas e muito bem estruturadas, baseadas na ciência daquele momento."

Imunidade de rebanho era pertinente em junho de 2020, defende Nise
O relator da CPI exibe dois vídeos em 2020 em que Nise defende a retomada de atividades e a imunidade de rebanho, associada ao tratamento dos casos de Covid-19 e da vacinação. Na sequência, questionou se ela mantinha essa posição atualmente.

"A resposta não é simples porque a imunidade de rebanho tem sido declarada como ir para as ruas, fazer a convivência normal e isso gerar a imunidade absoluta. O que estou dizendo é que a imunidade de rebanho é um fato, não deve ser interpretada", disse Nise.

Renan insistiu na pergunta, querendo saber se ela mantinha sua opinião. "Estou dizendo que a resolução daquela época, em junho passado, tínhamos uma realidade diferente. Imaginávamos que uma segunda, terceira onda, viria com o mesmo vírus. Para aquele momento, a discussão era pertinente", explicou a especialista.

Ela disse também que não retira o que falou por que "para aquele momento era bastante conveniente e necessária a discussão". Nise também falou que nunca defendeu a imunidade de rebanho apenas pelo contágio natural da doença.

"Não só a natural, a vacinal também. Eu citei ali, está claro, eu falava que as vacinas também fariam parte daquele momento. E mais, que o tratamento precoce e imediato também seria parte, que é o que eu preconizo."

Fonte: CNN Brasil

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