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"A última vez que eu corri, foi para tentar me salvar da morte", diz sobrevivente de incêndio na Boate Kiss em depoimento

Foto: Reprodução
Uma das sobreviventes do incêndio da Boate Kiss, Kelen Giovana Leite Ferreira, de 28 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (02) no júri do caso em Porto Alegre.

Kelen teve 18% do corpo queimado e uma perna amputada durante a tragédia ocorrida em 27 de janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A tragédia matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.

A jovem que perdeu três amigos relatou os momentos de desespero e horror que passou dentro do estabelecimento.

Emocionada, Kelen disse que caiu ao tentar escapar das chamas dentro da boate e que sua sandália ficou presa no tornozelo, cortando a circulação sanguínea. “A última vez que eu corri foi para tentar me salvar da morte”, destacou.

"Eu queimei 18% do corpo e eu perdi meu pé. Uso uma prótese em decorrência de tudo o que aconteceu", disse.

Kelen Giovana também descreveu o processo de luto durante os quase nove anos após a tragédia. A sobrevivente criticou um documentário produzido pela defesa de um dos réus, em que ele fala sobre o processo.

"Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar esses oito,, quase nove anos, o que eu passei lá dentro, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando na prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim", desabafou.

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