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Celulares mais caros: falta de chips continua e Brasil é atingido

 

Escassez de chips dificulta aquisição de componentes por empresas brasileiras (Imagem: Brian Kostiuk/Unsplash)

A escassez de semicondutores afetou os mercados do mundo inteiro, independente do setor. E o Brasil , é claro, não ficou de fora: boa parte das empresas brasileiras encararam alguma dificuldade para adquirir componentes eletrônicos de outros países. E os reflexos são vistos diretamente nos preços, como aconteceu na indústria de celulares, que presenciou diversos aumentos no valor de smartphones e feature phones nos últimos trimestres.

Em termos de celulares, a principal analista para a América Latina da Counterpoint Research, Tina Lu, apontou ao Tecnoblog que a escassez de chips e outros componentes afetou especialmente o mercado brasileiro no bloco latino-americano. As motivações se concentram no requisito de fabricação local e porque o país está fora dos grandes centros de fabricações de smartphones, como a China e o Vietnã.

Os impactos da crise são amplamente relatados na indústria brasileira. A Sondagem Conjuntural do Setor Elétrico e Eletrônico de outubro feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) ressalta que 67% das empresas entrevistadas relataram dificuldades para adquirir componentes. O problema fica ainda mais aguçado quando se leva em consideração a vinda de componentes eletrônicos de outros países.

Segundo o levantamento, 59% das empresas consultadas tiveram dificuldades para adquirir componentes eletrônicos provenientes da Ásia. O aumento é de cinco pontos percentuais em relação à setembro (54%). Quanto aos insumos vindos de outras regiões, apenas 39% dos entrevistados informaram algum tipo de empecilho.

A pesquisa ainda aponta que sete em cada dez empresas relataram que utilizam chips em sua produção. "28% das entrevistadas informaram que seus fornecedores não passaram nenhuma previsão de normalidade no abastecimento de componentes semicondutores", diz o estudo. Boa parte das companhias espera que a situação só vá melhorar a partir de meados de 2022.

Enquanto isso, a crise atinge a produção das companhias brasileiras. De um lado, 78% das empresas afirmaram que perceberam pressões acima do normal nos custos de componentes e matérias-primas. Do outro, 41% dos entrevistados estão com dificuldade na produção e entrega encararam atrasos na produção e na entrega.

Porém, nenhuma fabricante informou paralisação total da produção devido à falta de componentes desde fevereiro, quando a pergunta foi incluída na pesquisa.

E de onde veio essa crise toda?

Parte dessas dificuldades de abastecimento originaram-se em 2020, quando começou a pandemia de COVID-19. Em conversa com o  Tecnoblog , a analista de pesquisa e consultoria de consumo da IDC Brasil, Juliana Arouca, lembrou que os portos ficaram fechados devido à crise de sanitária causada pelo novo coronavírus. Assim, as entregas de semicondutores demoraram para chegar aos seus destinatários.

A analista conta que houve um atraso global pois, atualmente, esses componentes têm origem em locais da China. "O mercado brasileiro, assim como outros mercados, ficou desabastecido", disse. Em consequência, as companhias fizeram adaptações nos últimos meses para manter seus estoques, incluindo destinar mercadorias do Brasil para outras regiões, como os Estados Unidos.

"Esses fabricantes estão, sim, remanejando entre áreas, por exemplo, Estados Unidos, Brasil e México, conforme o seu mercado de priorização do momento", disse.




Fonte: Tecnoblog

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