Caso Moïse: familiares do congolês desistem de assumir quiosques na Barra da Tijuca
(Foto: Lucas Landau/Reuters) |
Caso Moïse: familiares do congolês desistem de assumir quiosques na Barra da Tijuca
Prefeitura do Rio havia anunciado a concessão imediata do quiosque Tropicália, que iria valer até fevereiro de 2030
Situação do Biruta, que fica ao lado do Tropicália, estava pendente.
A família de Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, desistiu de assumir os quiosques Biruta e Tropicália, cedidos pela prefeitura da cidade no início desta semana, por medo de sofrer represálias.
A informação divulgada nesta sexta-feira (11) pela CNN Brasil foi dada pelo procurador da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego, que está assistindo os familiares do congolês.
A Prefeitura do Rio havia anunciado a concessão imediata do quiosque Tropicália, que iria valer até fevereiro de 2030. Já a situação do Biruta, que fica ao lado do Tropicália, estava pendente.
De acordo com reportagem do UOL na terça (8), o dono do Biruta afirmou que não desistiria do ponto. Isso, portanto, pesou na decisão dos familiares.
“A família acreditava que ia entrar no quiosque de forma pacífica. Ainda no meio de tudo o que aconteceu, não dá para eles entrarem no meio de um conflito que não é o deles”, disse Rodrigo Mondego.
O secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo Carvalho, informou a CNN Brasil, a prefeitura ainda não foi informada oficialmente da desistência da família.
Ele disse ainda que não vê impedimento para que outro quiosque seja concedido para os parentes de Moïse.
O crime
As agressões começaram após Moïse, um homem negro, ter cobrado dois dias de pagamento atrasado do dono do quiosque. Seu corpo foi encontrado amarrado em uma escada.
O momento da agressão foi gravado por câmeras de segurança do próprio quiosque e de um condomínio localizado na Avenida Lúcio Costa
A perícia realizada no corpo de Moïse constatou que a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) atesta que os pulmões da vítima apresentavam áreas hemorrágicas de contusão e vestígios de broncoaspiração de sangue.
Quem era o jovem Moïse
O jovem nasceu no Congo, em África. Se mudou para o Brasil em 2014 junto com a mãe e os irmãos, fugindo da guerra e da fome. Trabalhava em um quiosque no Posto 8 da capital fluminense, na Barra da Tijuca, por diárias.
“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, disse Ivana Lay, mãe de Moïse, ao portal G1.
Para sua mãe, o crime teve motivação racista.
Fonte: Yahoo notícias
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