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Jovem grava pai dizendo que só compraria uniforme se pudesse estuprá-la

 

Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Uma jovem gravou o pai lhe dizendo que só compraria seu uniforme para a escola se ele pudesse estuprá-la. O mandado de prisão preventiva só foi deferido pela Justiça cerca de 12 anos após a vítima procurar a polícia.

“Os abusos começaram quando eu tinha uns 3 anos, tinha um shortinho vermelho e listrado e lembro dele esfregando as partes íntimas em mim. Quando eu entrei na adolescência, precisava de um uniforme escolar e meu pai disse que só compraria se eu deixasse ele me chupar”, contou Mariana, que hoje tem 25 anos e foi abusada por cerca de dez anos pelo próprio pai no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Até os 3 anos, Mariana, que é filha única, contou que com a avó materna porque seu pai não gostava de choro de criança. Depois dessa idade, ela foi morar com os pais e os abusos, que duraram uma década, começaram.

A mãe da vítima era faxineira na casa de uma família e, sempre que ela saía, o pai avançava. “Meu pai trabalhava em obra e ficava comigo quando minha mãe saía para trabalhar. Ele entrava no meu quarto e cometia os abusos. Cheirava as minhas calcinhas, beijava a minha boca.

“Fui crescendo e vendo que aquilo não estava certo. E ele sempre dizia que eu não podia contar porque minha mãe e eu não conseguiríamos viver sem ele pela questão financeira”, disse a jovem.

Foi no dia em que pai falou que só compraria o uniforme após estuprá-la, que Mariana tomou coragem e contou para a mãe o que estava acontecendo. “Minha mãe pediu para eu gravar, ele repetiu isso e fomos à delegacia. Depois da denúncia, meu pai se recusou a sair de casa e fui morar novamente com minha avó. Depois de alguns meses, ele saiu e voltei para ficar com a minha mãe”.

Após ir morar com a avó, Mariana não teve mais contato com o pai.

Em janeiro deste ano, ela conseguiu uma medida protetiva após o pai se mudar para a mesma rua em que ela mora.

O homem foi preso na madrugada desta quarta-feira, quando saia de casa para o trabalho. “Eu agradeço demais à equipe da delegada Larissa, que fez a prisão hoje. Desde o início deste ano faço acompanhamento com psicólogo, o que ele fez me deixou marcada, não confio mais em ninguém. A pessoa em que eu poderia confiar me decepcionou. Poxa, ele é o meu pai. Ele fez isso comigo. O meu pai”, disse Marina.


Ação da Polícia

De acordo com a Polícia Civil, após a jovem ter registrado a denúncia contra o pai , quando ainda era uma adolescente, todos os procedimentos que deveriam ser feitos foram realizados.

“Foi colhido o relato dela, da mãe, foram realizadas diligências, perícia na gravação apresentada. Naquele momento não tinham requisitos para efetuar a prisão dele, mas as investigações foram realizadas, ele foi indiciado e virou procedimento criminal”, explicou a delegada Renata Ribeiro, chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher ao Idoso e a Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerâncias

Durante a prisão nesta quarta, o homem negou os abusos sexuais.

Segundo a polícia, o pai de mariana “negou também que tenha ameaçado a vítima, que estivesse rondando a casa dela. No entanto, admitiu que estava morando próximo à casa da filha e já tinha tomado conhecimento, há cerca de um mês, da medida protetiva”, contou a delegada Larissa Mascotte, que efetuou a prisão do suspeito.

A Justiça de Minas Gerais não explicou por que demorou 12 anos para deferir o mandado de prisão preventiva contra o pai da jovem.


Catraca Livre*

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