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Catar 2022: Comissão técnica do Brasil tenta escapar das lesões na reta final da preparação

O zagueiro Marquinhos em treino da seleção brasileira Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Com o fantasma das lesões assombrando os jogadores convocados por todos os cantos, a seleção brasileira colocará em prática a partir desta semana, quando se reúne em Turim para a preparação final antes da ida ao Catar, um regime de contenção. O objetivo é fazer um trabalho de manutenção na parte física da maioria dos jogadores titulares. Um polimento para que cheguem na estreia da Copa do Mundo, dia 24, contra a Sérvia, no melhor nível.

Em função disso, a equipe multidisciplinar que cerca o técnico Tite entrou em ação com antecedência, coletando relatórios dos clubes sobre treinos, histórico de lesões e cargas das atividades, dados que foram atualizados tão logo o comandante divulgou os 26 convocados na última segunda-feira. — Durante seis anos, conseguimos desenvolver com o Tite processos muito redondos. Agora é o momento de manter e dar sustentação para ele e a comissão tomarem as melhores decisões — explica o fisiologista Guilherme Passos.

A tarefa prevê o intercâmbio de informações entre profissionais de clubes europeus e brasileiros para que a seleção não modifique os estímulos sobre seus jogadores tão próximo do Mundial. Nesta troca, ficou definido, por exemplo, que não haveria amistosos na fase final — como a delegação fará treinos no CT da Juventus até o dia 19, a comissão técnica não achou proveitoso em termos físicos, e também técnicos, correr esse risco. Também não serão feitos exames nem na Itália nem no Catar, apenas avaliações físicas.

— Não teremos tempo de preparação. Pedimos para os clubes nos enviarem, para não perdermos tempo. São três dias de descanso e preparação entre jogos. Isso tudo foi discutido e planejado — lembra o médico Rodrigo Lasmar.

Com jogadores brasileiros como Pedro e Everton Ribeiro, do Flamengo, também houve diálogo para que ambos não atuassem nas últimas partidas do Brasileiro. Vale lembrar que os atletas que atuam no Brasil estão em fim de temporada e com uma minutagem em média cinco vezes maior que a dos que jogam na Europa. De qualquer forma, o planejamento com os atualmente reservas prevê algum ganho físico de olho não só na estreia, como nas partidas a seguir. Eles, o goleiro Weverton e o técnico Tite são esperados hoje em Turim por volta das 11h (de Brasília).

— Os atletas vêm em condição boa para disputar a Copa porque estão no meio da temporada, mas estão enfrentando carga alta de jogos, sobretudo na Inglaterra e na Itália. Por isso há busca de informação nos clubes e individualização das cargas — completa o preparador físico Fábio Mahseredjian.

A própria estrutura utilizada para a semana de preparação da seleção levou em conta o menor desgaste dos jogadores. Por facilitar a reunião de todos logo no primeiro dia da data Fifa, o clube italiano e seu espaço de alto nível foram escolhidos a dedo. Todos os treinamentos já foram discutidos para os próximos dias.

Na parte física, os profissionais terão a preocupação de homogeneizar o nível dos jogadores e dar alguma carga para quem se recuperou recentemente de lesão, como Daniel Alves, Bremer, Richarlison e Lucas Paquetá, por exemplo, que poderão fazer o trabalho de força e explosão. Os dois últimos, titulares, com menor carga e mais cuidados — talvez nessa lista entre o zagueiro Marquinhos, do PSG, que foi poupado do jogo de hoje contra o Auxerre, pelo Campeonato Francês, por causa de um “desconforto muscular”.

Enquanto fisiologistas dosam o trabalho junto com a preparação física, fisioterapeutas atuam no tratamento de alguma questão pontual ou crônica para que Tite tenha todos os jogadores prontos para os trabalhos táticos. A comissão técnica investirá também em tecnologias de primeira linha para recuperação, como um anel para monitorar o sono, câmara fria e hiperbárica, além de crioterapia para acelerar a cicatrização de possíveis edemas.


*Extra

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