Mulher morre após ter gaze esquecida dentro do corpo durante cirurgia
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Imagem: Reprodução/ Metrópoles |
A mulher que teve uma gaze esquecida dentro de seu corpo após cirurgia realizada em outubro deste ano, Camila Carvalho Cabral, de 39 anos, morreu nessa sexta-feira (30/12), antevéspera de Ano-Novo.
Segundo a mãe de Camila, Claudia de Carvalho Vieira da Silva, 55, a causa da morte foi por insuficiência múltipla de órgãos, choque séptico e complicação em cirurgia de histerectomia.
A mulher morreu no Hospital Regional de Samambaia (HRSam). A cirurgia que retirou o útero da paciente foi realizada em 15 de outubro no Hospital Daher do Lago Sul. Camila recebeu alta no dia seguinte, mas poucos dias depois, logo após a retirada dos pontos em 4 de novembro, a paciente começou a passar mal.
“Era uma pessoa muito alegre. Muito sorridente. Cheia de vida e batalhadora. Uma guerreira que ficou 50 dias lutando pela vida dentro de uma UTI”, disse Cláudia.
Em 15 de dezembro, a mãe da vítima disse que o estado da filha era grave. Ela estava internada há 38 dias, em coma induzido, sob cuidados na unidade de terapia intensiva (UTI).
“Ela nunca chegou a sair do coma induzido. Não temos nem palavras. Estamos todos sem chão. A minha filha faleceu no dia do meu aniversário. Estou muito triste. Não tem nem como expressar”, lamentou a mãe.
Até a última atualização deste texto, o velório e sepultamento de Camila ainda não haviam sido agendados.
Infecção
Camila foi internada no HRSam em novembro. Os médicos fizeram a assepsia na paciente, mas após dois dias na enfermaria, os médicos viram que a barriga da mulher estava muito inchada.
“Ela foi para o centro cirúrgico em 9 de novembro. Abriram o abdômen. Ela estava cheia de fezes. Limparam tudo. Aí descobriram que o intestino dela estava perfurado e encontraram uma compressa de gaze dentro dela”, contou.
Desde a internação, Camila passou por quatro cirurgias para a limpeza. A família registrou boletim de ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia (PCDF). O caso é investigado como possível erro médico e lesão corporal culposa.
“Agora, não é só mais uma complicação. Eu perdi a minha filha. Estamos responsabilizando a equipe médica que realizou a cirurgia e esqueceu uma gaze dentro dela. Ninguém nunca se pronunciou em nada. Queremos Justiça e que o culpado seja responsabilizado”, desabafou.
O hospital enviou nota informando que paciente deixou a unidade em boas condições e sem queixas ou sinais de intercorrências. Segundo o comunicado, o hospital abriu uma sindicância interna, mas não foi encontrado qualquer registro de problema.
A instituição também declarou estar a disposição da Secretaria de Saúde e das autoridades competentes para qualquer esclarecimento.
Leia a nota completa:
A referida paciente foi submetida à intervenção cirúrgica no Hospital Daher no dia 15 de outubro de 2022 e recebeu alta no dia 16 de outubro de 2022, em boas condições clínicas, sem queixas e ou sinais de intercorrências.
Tivemos notícia extraoficial de admissão da paciente em outro nosocômio, 23 dias após o procedimento cirúrgico inicial, por complicação tardia, onde continuou o tratamento.
Instituímos sindicância interna na qual o prontuário e documentos médicos foram analisados e não foi encontrado registro de qualquer intercorrência.
Toda a documentação foi colocada à disposição da Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde do Distrito Federal, bem como continuam disponíveis aos órgãos de fiscalização pertinentes, para demais esclarecimentos ou eventuais perícias que se fizerem necessárias.
Hospital Daher Lago Sul
Fonte: Metrópoles
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