Donald Trump pode ser preso? O que se sabe sobre o indiciamento do ex-presidente

 

Cena fictícia criada por inteligência artificial - Reprodução/ Twitter

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se apresenta nesta terça-feira (4/4) à Justiça para ser formalmente indiciado. Embora o caso esteja sob segredo de justiça, a expectativa é que o indiciamento seja referente ao caso que envolve pagamento de suborno à atriz pornô Stormy Daniels. Os detalhes da acusação deverão ser divulgados também nesta terça.

Trump deve comparecer à Corte Criminal de Manhattan às 14h15 (15h15 no horário de Brasília) para ter suas digitais colhidas e uma foto tirada — a tradicional mugshot — como ocorre com os réus em processos criminais nos EUA.  Diferentemente do que costuma ocorrer neste tipo de audiência, Trump não deve ser algemado. O acordo foi feito entre a defesa de Trump e a Promotoria de Manhattan, onde o caso é julgado. Por não envolver caso de violência, é bem baixa a chance de que ele seja preso, e é possível que ele tenha que pagar uma fiança.

O ex-presidente se tornou réu após decisão de um júri especial, que considerou haver indícios suficientes para que ele responda formalmente pela compra do silêncio da atriz um mês antes das eleições de 2016. O envolvimento de Trump com Daniels teria ocorrido em 2006, quando ele já era casado com Melania. O assunto, porém, voltou à tona na época da campanha. Então, o advogado Michael Cohen teria pago US$ 130 mil à atriz para que ela ficasse calada. No ano seguinte, com Trump já na Casa Branca, o valor teria sido reembolsado e registrado como gasto jurídico por uma das empresas do ex-presidente.

O pagamento à modelo em si não é ilegal. No entanto, o fato de o dinheiro ter sido declarado como honorário advocatício configura tentativa de esconder a natureza do pagamento, o que é uma prática criminosa. Para os promotores do caso, houve uma falsificação de registro comercial.

O ex-presidente nega as acusações. Para ele, o indiciamento “é perseguição política”. Por ser candidato à Presidência, ele também considerou o ato “interferência na eleição”. O indiciamento, contudo, não impede que ele concorra ao cargo de presidente. Diferentemente do Brasil, nos EUA não existe uma lei semelhante à da Ficha Limpa.

Além deste processo, Trump é alvo de outras investigações, por questões fiscais, criminais, suposta fraude eleitoral e má conduta sexual. Apenas em relação à invasão do Capitólio, sede do Legislativo americano, o ex-presidente é acusado de pelo menos quatro crimes.

Fonte: Jota Info