S3xo atrai s3xo: frequência s3xual pode intensificar a libido
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Foto: Istock/Ilustrativa/Reprodução |
Para a médica Silvia Eutrópio, 27, o desejo, a descoberta do novo e a vontade de se relacionar com o outro são fatores que, inicialmente, movem a experiência sexual. “Não precisa necessariamente passar pelo sentimento. Ele, para mim, é algo construído depois. E aí, sim, o desejo sexual passa a andar junto com o sentimento, e vice-versa”, explica.
Segundo ela, o desejo sexual acaba sendo atrelado à própria frequência da prática; em outras palavras, uma pessoa sente mais vontade de fazer sexo quando está em um período de atividade sexual mais intensa. “Sinto que um movimento, de alguma forma, gera mais vontade e mais inclinação ao ato em si”, afirma. Ela ressalta, porém, que as coisas nem sempre são preto no branco. “Acho que o desejo surge quando surge, sem muita explicação”, pontua.
A situação é semelhante para o economista H.C., 29. Embora ele diga que viva fases de maior desejo e outras de menos vontade, ele pontua que a prática sexual mais frequente acaba fazendo com que ele tenha mais vontade de fazer sexo. “Sinto que, quanto mais eu transo, mais tenho vontade de transar”, conta.
Mas, mesmo que o desejo sexual possa ser influenciado por inúmeros fatores, a percepção do economista e da médica vai ao encontro de um fato já observado por especialistas: a frequência sexual pode aumentar a libido. “Um corpo em movimento, que sente prazer e consegue se entregar ao prazer, vai querer mais disso. Já um corpo que não tem essa energia, ou alguém que tem relações sexuais ruins, não consegue ter orgasmo, não vai querer ter sexo”, afirma a terapeuta sexual Tami Bhavani.
A sexóloga Enylda Motta reforça o coro, reiterando que a prática sexual prazerosa pode intensificar a vontade de transar. “As pessoas podem ter o desejo de repetir aquilo que foi bom”, explica. Ela pondera, porém, que essa questão não é necessariamente uma regra. “Existem pessoas que transam, se sentem satisfeitas e não têm necessidade de ficar repetindo várias vezes. Isso pode acontecer por vários motivos, como educação sexual, religião, falta de conhecimento corporal, entre outros”. Segundo ela, a própria falta da prática sexual também pode influenciar o desejo. “Isso depende de como a pessoa lida com a vontade, qual o motivo de ela ficar sem transar”, afirma.
Diálogo é essencial para uma prática sexual prazerosa
Para tornar as relações sexuais satisfatórias – e, consequentemente, mais frequentes –, o diálogo é apontado pelas especialistas como algo essencial.
“O sexo bom começa nele. É muito importante que o casal converse sobre sexo e também sobre outros assuntos. Às vezes pode acontecer de a parceira deixar de comprar uma lingerie, de fazer uma fantasia, um jantar à luz de velas, por medo do julgamento do outro, por isso é importante o diálogo. É importante questionar o que cada um gostaria de fazer, entender suas preferências”, orienta Tami. “Há aquelas pessoas que também não sabem o que gostam; nesse caso, elas podem procurar um conto erótico ou livro, alguma série, fazer uma terapia e também acompanhar conteúdos que falem sobre essas questões para que ela possa expandir seus conhecimentos”, aconselha.
Enylda pontua, também, a importância de não deixar que a rotina afete o relacionamento. “Ela faz parte do dia a dia e faz bem, mas não precisamos ser engolidos pela rotina. Ter tempo para namorar, sair, aumenta o prazer. Conversar sobre sexo, buscar novos desejos e fetiches, lugares e posições pode ser um bom início para que a relação não esfrie”, orienta.
Tentar não ver o sexo como um tabu também é um caminho a ser seguido. “Uma pessoa que tem vergonha do próprio corpo, da nudez, não vai conseguir se soltar na frente do parceiro, por isso é importante que haja liberdade dentro do relacionamento, até no tema da sexualidade. Buscar alimentar a mente com energia erótica e sexual, assim ela vai conseguir se aproximar de sentir prazer”, afirma Tami Bhavani.
Conforme a terapeuta sexual, conhecer o próprio corpo também é um passo essencial para ter relações sexuais mais prazerosas. “A masturbação feminina é muito importante. É ainda um tema de muito tabu na sociedade, muitas mulheres nunca viram a própria vulva”, observa. “No caso de uma mulher que nunca chegou ao orgasmo, é bom experimentar sozinha. Entregar-se para si mesma e, assim, poder se entregar para o parceiro ou parceira”, diz.
No caso dos homens, ela orienta que a masturbação seja diversificada. “É bom fugir do convencional, usar o movimento do corpo e explorar a energia sexual e, claro, se tiver disponibilidade financeira, procurar ajuda, existem vários caminhos que podem auxiliar”.
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