Ex-tenista diz ter sido abusada por treinador quase 400 vezes
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Foto: Divulgação |
A comissão foi criada em julho deste ano para investigar abusos sistemáticos contra jovens atletas na França. O depoimento de Angélique levou à condenação de Andrew Gueddes a 18 anos de prisão em 2021 por estupro e agressão sexual contra quatro meninas com idade entre 12 e 17 anos.
“Eu disse a ele: ‘Não, não deveria, não está certo. Eu não quero’. Ele me disse: ‘Sabe, isso acontece muitas vezes nas relações treinador/treinado’”, contou Angélique, que disse ter ficado “paralisada” durante os abusos.
Após os estupros, ela conta que enfrentou "pensamentos sombrios" na época e pensou em se matar. Segundo o jornal francês Le Figaro, como tantas outras vítimas de Gueddes, a ex-tenista foi levada para um alojamento onde os estupros aconteciam de forma frequente.
“Foram as duas piores semanas da minha vida. [...] Ele me estuprava três vezes ao dia. Na primeira noite, ele me pediu para ir ao quarto dele, e eu não fui. E então ele veio até o meu. Foi pior. Eu estava presa, não podia sair quando quisesse e depois tive que ficar no local onde aconteceu”, revelou.
Por conta da rotina de treinos, a ex-atleta tinha que ficar no alojamento do centro de treinamento. Já sabendo que seria estuprada, ela conta que decidiu pelo caminho que seria "menos pior". Nas noites que vieram após o primeiro abuso, era ela quem dava “aqueles treze passos que separavam do quarto dele para ir e ser estuprada”.
E como se não bastasse a rotina de abusos, Angélique ainda revelou que o treinador chegou a dizer que era portador do vírus HIV e que teria passado a ela. "Vivi entre os 13 e os 18 anos pensando que tinha Aids”, contou. No entanto, ela nunca teve um diagnóstico positivo para a doença.
A comissão que investiga os abusos sexuais praticados contra jovens atletas franceses deve durar até dezembro. Outros esportistas que, como Angélique, passaram por experiências parecidas devem prestar depoimento.
Fonte: R7
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