Vacinação contra HPV: especialista reforça prevenção na população masculina
![]() |
Foto: Freepik |
Conhecido como HPV, o papilomavírus humano é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum em todo o mundo. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial estejam infectadas pelo vírus. Mas, frequentemente associado às mulheres pela ocorrência do câncer de colo de útero, o HPV também apresenta risco para homens, sendo, portanto, a adesão masculina à vacinação uma importante medida para a prevenção da doença. No entanto, as pessoas podem se proteger do vírus por meio da disponível.
Segundo o infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Marcelo Cordeiro, a vacinação em meninos é fundamental para reduzir as infecções e, consequentemente, o desenvolvimento de doenças graves. "Ao incluí-los na campanha de imunização, estamos protegendo não apenas sua saúde, mas também a de seus futuros parceiros", explica.
Existem mais de 200 tipos de vírus HPV, dos quais pelo menos 14 são considerados oncogênicos. Nas mulheres, além do câncer do colo uterino, o vírus pode ser a causa de tumores na vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens ocorrem no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana e perianal e ânus. Em ambos, essas lesões também podem acometer a boca e a garganta.
A doença pode se apresentar na forma clínica, quando ficam visíveis as verrugas, popularmente chamadas de "
Transmissão
De acordo com o INCA, apenas cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolvem alguma forma de manifestação, no entanto, os portadores do vírus o transmitem mesmo sem desenvolver lesões. "É bastante comum que muitas pessoas com HPV não apresentem nenhum sintoma, e, sem saber, acabam por infectar outros indivíduos pelo contato sexual. Por isso, a vacina e o uso de preservativos nas relações sexuais são as maneiras mais seguras e eficazes para prevenção", reforça.
O especialista recomenda, ainda, que o melhor momento para a vacinação contra o HPV seja antes mesmo do início da vida sexual. "Quanto mais cedo melhor, uma vez que o imunizante produz os anticorpos que inibem a entrada do vírus nas células".
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, que entrevistou estudantes brasileiros de 13 a 17 anos, mostrou que a taxa de iniciação sexual das meninas aumentou para 22,6%, mas a proporção é maior entre os meninos (34,6%). O mesmo levantamento aponta que o uso de preservativo entre as meninas caiu de 69,1% para 53,5% e, entre os meninos, a queda foi de 74,1% para 62,8%.
Além das meninas, a vacinação também é recomendada para os meninos. Na rede pública, a vacina quadrivalente é disponibilizada para crianças e adolescentes de 9 a 13 anos. Na rede privada, o imunizante disponível oferece proteção ampliada. A vacina nonavalente protege contra nove genótipos do HPV - 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 – e é indicada de 9 a 45 anos.
O médico reforça que é essencial que pais, responsáveis e profissionais de saúde tenham conversas abertas com os meninos sobre saúde sexual. "Ao vacinar os meninos, estamos construindo uma barreira protetora que tem o potencial de reduzir significativamente a incidência de cânceres relacionados ao HPV. A informação é a chave para capacitar as futuras gerações a tomarem decisões saudáveis", conclui.
Nenhum comentário