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Foto: Reprodução/Redes sociais |
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se pronunciou nesta segunda (13) que não foi avisado que seus assessores das secretarias de Assuntos Legislativos e de Políticas Penais tiveram reuniões com a presidente de uma ONG investigada por ligação com a facção criminosa o Comando Vermelho (CV).
Dino se pronunciou sobre a apuração publicada mais cedo pelo jornal O Estado de São Paulo de que a mulher conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias, se reuniu com integrantes do ministério fora das agendas oficiais.
Conforme a apuração, ela foi recebida por secretários em março e em maio como parte de uma comitiva que visitou a pasta para levar demandas da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). A organização não governamental, no entanto, é apontada pela Polícia Civil como parte da estrutura do Comando Vermelho na região Norte do país, sendo financiada pelo tráfico e atuando em prol dos detentos ligados à facção.
O ministro disse que nunca recebeu no Ministério da Justiça qualquer “ líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”, e que teriam inventado a presença dele em uma audiência em seu gabinete.
Veja:
Já o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério, Elias Vaz, confirmou que recebeu Luciane, mas em comitiva com outras duas mulheres que reivindicavam celeridade na investigação da morte dos filhos. “Na ocasião, recebi os documentos anexos, nenhum tratando de casos ocorridos no estado do Amazonas. Quanto à Sra. Luciane, ela estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário”, afirmou também na rede social.
Confira:
Deputado aciona Procuradoria Geral da República (PGR)
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) protocolou, nesta manhã (13), uma notícia-crime na Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar as visitas de Luciane Barbosa Farias, a "dama do tráfico amazonense", ao Ministério da Justiça.
"É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública", declarou em um trecho do documento.
Mandel acredita que relações suspeitas entre o Comando Vermelho e o Ministério da Justiça podem impactar na segurança pública do país e na credibilidade da pasta.
"A parte mais grave dessas revelações é que não temos como saber o que realmente foi conversado entre a líder do CV amazonense e as quatro autoridades com quem ela encontrou. Além disso, o MJ não tinha como identificar a quem estava permitindo o acesso? Isso é muito sério, porque começamos a desconfiar do trabalho de inteligência no país", criticou o deputado.
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