Perita do IML de Manaus concorre em concurso nacional com foto de cadáver com candiru
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Foto de candiru saindo de cadáver retirado das águas do rio Negro (Foto: Gisleine Medrado) |
A imagem revela a interação brutal da fauna aquática com os cadáveres encontrados nos rios da região, mostrando como essa interação também pode impactar o trabalho pericial. Gisleine destaca que o candiru se tornou quase uma lenda amazônica, mas a imagem capturada por ela mostra a realidade desse pequeno peixe em ação.
“O candiru geralmente ataca em cardumes para se alimentar do corpo, perfurando a pele e devorando os tecidos", explica a perita.
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Perita odontolegista Gisleine Medrado, do Instituto Médico Legal (IML) (Foto: Divulgação) |
Na imagem, o candiru está alojado no membro inferior de um cadáver, mostrando, além da interação com a fauna aquática, a riqueza da biodiversidade amazônica, que, em alguns aspectos, ainda é pouco conhecida. Segundo Gisleine, a cena registrada é incomum, até mesmo para a região amazônica, e reflete a atuação peculiar dos peritos do Amazonas.
“Muitas vezes, as pessoas caem no rio ou morrem afogadas, e seus corpos sofrem a ação de animais aquáticos. Isso prejudica o trabalho pericial, principalmente na identificação”, destacou.
A perita explica ainda que a odontologia forense é frequentemente solicitada quando as impressões digitais de um cadáver estão comprometidas, o que é comum em casos de corpos submersos nos rios. Daí a importância da odontologia no trabalho pericial nesses casos, porque, segundo ela, é um método mais rápido e de menor custo comparado com a identificação por DNA.
"Quando as impressões digitais não estão mais presentes, nós entramos em ação para tentar identificar a pessoa através da arcada dentária", afirma Gisleine.
"A odontologia oferece uma solução mais rápida e barata, o que é essencial para que as famílias possam se despedir de seus entes queridos sem ter que esperar pelo demorado processo de identificação por DNA", completou a perita, ao destacar que a fotografia concorrendo ao concurso é um retrato fiel do que significa trabalhar com perícia no Amazonas.
O concurso
O IV Concurso FotoForense é realizado pelo Sindicato dos Peritos Oficiais do Amazonas (SINPOEAM), em parceria com a Associação Brasileira de Criminalística (ABC) e o XXVII Congresso Nacional de Criminalística (CNC). O objetivo é incentivar a criatividade e a difusão da produção fotográfica realizada por peritos oficiais de todo o Brasil. Além de peritos, trabalhadores da imprensa também podem participar do concurso.
Para concorrer aos prêmios, as fotografias devem retratar o trabalho da Perícia Oficial, seja nas perícias internas ou nas perícias externas. As fotografias serão julgadas de três formas: pelo voto popular no Instagram, através de curtidas nas fotos; pelo voto popular no XXVII CNC, através do voto em cédula dos congressistas; e pelo Júri Técnico, através de avaliação de critérios técnicos pelos jurados.
As cinco fotos ganhadoras serão conhecidas e premiadas na Cerimônia de Encerramento do XXVII CNC, no dia 13 de setembro.
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