Alerta de onda de calor atinge seis estados do Brasil e ameaça saúde da população - Mix de Notícias

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Alerta de onda de calor atinge seis estados do Brasil e ameaça saúde da população

Rio de Janeiro - Foto: TSANTORO/ Shutterstock.com

A terceira onda de calor do ano já afeta milhões de brasileiros em seis estados do Centro-Sul, com temperaturas acima dos 40°C e sensação térmica ainda mais elevada. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde o fenômeno climático pode persistir até a última semana de fevereiro.

No Rio de Janeiro, os termômetros registraram 41,3°C, e a cidade atingiu pela primeira vez o nível de calor 4, uma escala que considera a temperatura, a umidade do ar e o tempo de exposição ao calor extremo. Esse índice foi criado em junho de 2024 e define a categoria para temperaturas entre 40°C e 44°C por pelo menos três dias consecutivos.

O cenário impacta não apenas o conforto térmico, mas também a saúde da população, com especialistas alertando para os riscos de desidratação, insolação, queda de pressão e exaustão térmica. Com sensação térmica superior a 43°C em algumas cidades, médicos recomendam que a hidratação e a proteção contra o sol sejam prioridades.

Onda de calor: entenda o fenômeno climático extremo

O calor intenso registrado nos últimos dias tem explicação científica. A atuação de um sistema de alta pressão sobre o Brasil funciona como uma espécie de “tampa de panela”, impedindo a formação de nuvens e de chuva. Sem esse resfriamento natural, o calor se intensifica e persiste por mais tempo.

umidade relativa do ar elevada também influencia na forma como o corpo humano percebe as altas temperaturas. Como o suor não evapora com eficiência, a sensação térmica pode ficar até 7°C acima da temperatura real, tornando o calor ainda mais opressor.

Temperaturas recordes e impactos diretos

Os termômetros do Rio de Janeiro marcaram 41,3°C, mas a sensação térmica ultrapassou 45°C em algumas regiões da cidade. Em Santos (SP), a temperatura chegou a 40°C, enquanto a sensação térmica bateu 43°C.

A onda de calor modificou a rotina de moradores e turistas, principalmente no litoral de São Paulo, onde as praias lotadas se tornaram verdadeiros desafios sob o sol intenso. Pessoas relataram dificuldades para pisar na areia quente, buscando sombras e hidratação constante para suportar o calor.

Saúde em risco: especialistas alertam para desidratação e insolação

A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode desencadear uma série de problemas de saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Médicos alertam para os riscos de hipertermia, queda de pressão, tontura, desmaios e até mesmo complicações cardiovasculares.

Os principais sintomas de exaustão térmica incluem:

  • Fadiga extrema e fraqueza
  • Tontura e dor de cabeça
  • Pele avermelhada e seca
  • Desidratação severa e boca seca
  • Aumento da frequência cardíaca

Segundo o médico do esporte Fabio Baptista, manter a hidratação deve ser um hábito programado. “É essencial ter sempre uma garrafa de água por perto e evitar longos períodos de exposição ao sol, especialmente entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa”, recomenda.

Regiões mais afetadas pela onda de calor

Os estados sob alerta máximo do Inmet registraram temperaturas extremas nos últimos dias:

  • Rio de Janeiro (RJ): 41,3°C com sensação térmica acima dos 45°C
  • São Paulo (SP): 39°C na capital, com índices superiores a 40°C no litoral
  • Minas Gerais (MG): 38°C em Belo Horizonte e até 42°C no interior
  • Santa Catarina (SC): Florianópolis atingiu 37°C com alta umidade
  • Paraná (PR): Curitiba bateu 36°C, um recorde para a capital
  • Mato Grosso do Sul (MS): Campo Grande chegou aos 40°C

Dicas para suportar o calor intenso

Para evitar complicações de saúde durante a onda de calor, especialistas recomendam:

  1. Manter-se hidratado: Beba pelo menos 2 litros de água por dia
  2. Evitar exposição ao sol nos horários mais quentes
  3. Usar roupas leves e claras para minimizar a absorção do calor
  4. Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 16h
  5. Utilizar protetor solar e chapéus para proteger a pele
  6. Permanecer em locais frescos e ventilados sempre que possível
  7. Identificar sinais de insolação e desidratação e buscar atendimento médico se necessário

Mudanças climáticas e aumento das ondas de calor

O fenômeno das ondas de calor extremas tem se tornado mais frequente nos últimos anos, uma tendência associada às mudanças climáticas globais. De acordo com especialistas, o aquecimento global intensifica e prolonga esses eventos, tornando as temperaturas mais elevadas uma realidade cada vez mais comum no Brasil e no mundo.

Estudos apontam que, nos últimos 50 anos, a frequência e a intensidade das ondas de calor aumentaram significativamente, especialmente em regiões tropicais. No Brasil, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre registraram recordes históricos de temperatura nos últimos cinco anos.

Impacto das ondas de calor na economia e infraestrutura

Além dos impactos na saúde da população, as temperaturas extremas afetam diversos setores econômicos. O setor energético, por exemplo, enfrenta aumento do consumo de eletricidade devido ao uso intensivo de ar-condicionado e ventiladores, elevando os custos da conta de luz para os consumidores.

Na agricultura, a estiagem prolongada e o calor intenso reduzem a produtividade de culturas como soja, milho e café, prejudicando a colheita e pressionando os preços dos alimentos. Além disso, cidades podem enfrentar problemas no abastecimento de água, como já ocorreu em algumas regiões do Brasil nos últimos anos.

Recordes históricos de calor no Brasil

Nos últimos anos, o país tem registrado temperaturas cada vez mais altas:

  • 2020: 44,8°C em Nova Maringá (MT), recorde absoluto do Brasil
  • 2021: 42,2°C no Rio de Janeiro, com sensação térmica de 50°C
  • 2022: 43,3°C em Cuiabá (MT) durante onda de calor prolongada
  • 2023: 42,6°C em Porto Alegre (RS), maior temperatura da história da cidade
  • 2024: 41,7°C em Belo Horizonte (MG), recorde para a capital mineira

Projeções para os próximos dias

onda de calor deve persistir até o final de fevereiro, segundo os meteorologistas. O cenário pode mudar com a chegada de frentes frias e chuvas isoladas, mas ainda há incerteza sobre a intensidade dessas variações climáticas.

Enquanto isso, moradores dos estados afetados devem redobrar os cuidados e se preparar para mais dias de calor extremo.

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