Operação prende grupo de facção que fazia partidas de futebol com cabeças de vítimas
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Foto: reprodução |
“Eles filmavam tudo e divulgavam nas redes sociais com orgulho”, revelou o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, em coletiva no Quartel-General da PM, de onde a operação foi monitorada em tempo real.
O alvo principal era a cúpula da facção, que comandava o terror à distância, confortavelmente instalada em uma mansão cinematográfica com piscinas aquecidas, cascata e área gourmet, localizada na Dioneia, parte alta da Rocinha. Ao lado do imóvel, os policiais descobriram um verdadeiro alojamento de guerra, usado para abrigar criminosos vindos do Nordeste.
“Não tem nenhum criminoso do Rio entre os alvos. Todos são do Ceará, ligados ao Comando Vermelho. O Rio virou o ‘home office’ do crime organizado nacional”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Cesar Carvalho dos Santos.
Caçada em massa: 400 criminosos fugiram para a mata
A operação mobilizou 400 agentes da Polícia Militar, com apoio de drones, helicópteros e tropas do BOPE. A ação, coordenada pelos Gaecos do Rio e do Ceará, tinha como objetivo cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Durante o confronto, um policial foi baleado no pescoço, mas está fora de perigo.
Segundo fontes, cerca de 400 criminosos conseguiram fugir para a mata da Rocinha, dando início a uma caçada que ainda mobiliza forças especiais. Um dos capturados tinha mandado de prisão em aberto. Foram apreendidos quatro fuzis, pistolas, munições e drogas.
Mansão de luxo abrigava chefão sanguinário
O local de onde partiam as ordens de execução parecia cena de filme: uma mansão com deck panorâmico, academia com aparelhos novos, bebidas, carne e vestígios de uma festa recente. O espaço seria do traficante Anastácio Paiva Pereira, o “Paizão” ou “Doze”, chefão do tráfico em Santa Quitéria (CE), com cinco mandados de prisão por homicídio, tráfico e organização criminosa.
O procurador-geral alerta: “Esses criminosos são extremamente violentos, e o modo como executam suas vítimas está se espalhando por outros estados”.
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