Polícia investiga morte de idoso levado pelo filho para tentar empréstimo no Centro de Manaus
![]() |
Foto: divulgação |
A Polícia Civil do Amazonas está investigando um caso que chamou atenção de populares na tarde deste sábado (7), no Centro de Manaus, após a morte de um idoso que era empurrado em uma cadeira de rodas pelo filho. Os envolvidos foram identificados como José Pequenino da Costa, de 77 anos, e seu filho, Rômulo Alves da Costa, de 42.
Durante coletiva de imprensa, o delegado Adanor, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), divulgou detalhes preliminares do caso. Segundo o delegado, Rômulo relatou ter saído de casa com o pai por volta das 12h30, com a intenção de buscar empréstimos bancários na região central da cidade. Ele alegou estar desempregado e afirmou que cuidava do pai, o que dificultava sua inserção no mercado de trabalho.
O idoso, segundo o depoimento, era aposentado pelo INSS, mas recebia um valor considerado baixo. Rômulo também afirmou que a intenção era usar os recursos para comprar itens de alimentação e higiene pessoal.
A perícia inicial identificou rigidez cadavérica no corpo do idoso, o que indica que ele já poderia estar morto há algum tempo antes de ser levado às ruas. No entanto, o tempo exato da morte ainda não foi determinado. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) será fundamental para esclarecer os fatos.
De acordo com o delegado, caso fique comprovado que o idoso estava morto quando foi levado ao centro da cidade, o filho poderá responder por vilipêndio de cadáver. E se ele tiver tentado realizar transações financeiras após o óbito, pode ser enquadrado também por estelionato.
A perícia também identificou feridas no corpo do idoso, que podem estar relacionadas às suas condições de saúde, como diabetes, hipertensão e o uso de bolsa de colostomia, segundo relataram familiares.
A polícia informou ainda que Rômulo demonstrou grande abalo emocional ao ser informado da morte do pai. Outro filho de José, que compareceu à delegacia, disse que não mantinha contato com o pai desde novembro do ano anterior. A dona do imóvel onde pai e filho residiam também será ouvida no inquérito.
As investigações continuam e o resultado dos exames periciais será determinante para esclarecer se houve crime e quais responsabilidades serão atribuídas.
Nenhum comentário