Moraes manda Bolsonaro para prisão domiciliar por ‘burlar’ proibição das redes
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Foto: reprodução |
A decisão foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente, que proibiam Bolsonaro de utilizar redes sociais próprias ou de terceiros. De acordo com Moraes, o ex-presidente teria produzido conteúdo posteriormente publicado nos perfis de seus filhos — os parlamentares Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro — durante manifestações realizadas no domingo (3), em diversas cidades do país.
Entre as novas determinações do STF, Bolsonaro está proibido de receber visitas, exceto de seus advogados, e não poderá utilizar telefones celulares, incluindo aparelhos de outras pessoas.
No entendimento do ministro, houve violação explícita das restrições. “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”, afirmou Moraes.
Em fevereiro, o STF já havia imposto outras medidas ao ex-presidente, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a proibição de manter atividade em redes sociais. As determinações fazem parte de investigações sobre a atuação de Bolsonaro em suposta trama golpista e envolvimento em articulações internacionais.
O inquérito também apura a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em tentativas de influenciar o governo dos Estados Unidos contra ministros do Supremo. Eduardo, atualmente nos EUA, alegou perseguição política ao pedir licença do mandato em março. Bolsonaro é suspeito de ter financiado, por meio de transferências via Pix, a estadia do filho no exterior.
O julgamento do ex-presidente no processo da tentativa de golpe está previsto para setembro deste ano.
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