Fipo Biopellet: UEA impulsiona startup na transformação de resíduos em bioplásticos
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Foto: Divulgação |
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) deu origem à Fipo Biopellet, startup que transforma caroços de frutos amazônicos em bioplásticos de alta performance, oferecendo soluções sustentáveis para a indústria e promovendo o desenvolvimento regional.
O projeto começou em 2011 como parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (Pibic) da UEA, coordenado pelo Prof. Dr. Antônio Kieling, do curso de Engenharia Mecânica. Em 2017, durante a tese de doutorado “Viabilidade técnica e econômica da madeira plástica produzida com plástico reciclável e endocarpo de tucumã (Astrocaryum sp.)”, em parceria com o professor de Química Genilson Santana, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a pesquisa focava no reaproveitamento do caroço de tucumã em compósitos plásticos.
O trabalho ganhou reconhecimento internacional com a publicação do artigo “Wood-plastic composite based on recycled polypropylene and Amazonian Tucumã (Astrocaryum aculeatum) endocarp waste” na revista Fibers and Polymers, em 2021.
Em 2019 surgiu a AGJTech, embrião da atual Fipo Biopellet, enfrentando dificuldades da pandemia, mas ganhando força com o desenvolvimento de peças de bicicleta ecossustentáveis a partir de resíduos de fibras amazônicas e polímeros. Dessa pesquisa nasceram os primeiros biopellets, grânulos produzidos com fibras de tucumã, açaí e outros frutos amazônicos, compatíveis com moldagens industriais.
Os biopellets possibilitaram a produção de peças inovadoras, como pedais e discos de roda para bicicletas, mostrando que sustentabilidade e desempenho. O projeto expandiu o uso de fibras de dez outros frutos amazônicos, como buriti, guaraná e castanha-do-brasil, combinadas com diversas resinas plásticas, tecnologia que atualmente está em processo de patente.
Em 2024 a AGJTech consolidou sua identidade como Fipo Biopellet e passou a integrar a Amazonas Venture Builder (AVB). Em 2025, a Incubadora da UEA (INUEA), passou ter seu próprio espaço. Hoje a startup tem capacidade para produzir até 20 toneladas mensais de biopellets, gerando renda para comunidades locais, agregando valor à floresta em pé e fortalecendo a bioeconomia regional.
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