Aeroclube entra em ofensiva jurídica para impedir despejo e manter atividades no Amazonas
![]() |
Foto: divulgação |
O tradicional Aeroclube do Amazonas, com mais de 85 anos de história e responsável pela formação de centenas de pilotos que atuam na Amazônia e em todo o país, enfrenta uma de suas maiores crises. A Infraero obteve na Justiça uma ordem de despejo que pode levar ao encerramento imediato das atividades da escola de aviação, considerada a mais importante do estado.
“Tomada indevida”, diz presidente
O presidente do Aeroclube, Kassiano Ouroso, classificou a decisão como “descabida” e afirmou que a Infraero está tentando se apropriar de áreas ocupadas legalmente pela instituição há décadas:
“Eles estão tomando contratos que são nossos há décadas, sem qualquer comprovação de posse anterior”, declarou.
Segundo Ouroso, a Infraero teria ingressado na área apenas em 2023, sob uma portaria federal, e passou a cobrar aluguéis e exigir a desocupação dos hangares, utilizando registros antigos da época do governo militar.
Impacto direto na formação de pilotos
O aeroclube é responsável por suprir a demanda regional por pilotos – uma profissão considerada estratégica na Amazônia, onde a aviação é o principal meio de integração entre comunidades isoladas.
- 33 pilotos foram formados em 2023
- 30 alunos estão em fase de treinamento
- O fechamento pode agravar o déficit de pilotos no Brasil e no mundo
“Encerrar nossas atividades seria um retrocesso enorme para a Amazônia, que depende da aviação como nenhum outro lugar do país”, alertou o presidente.
Dívida contestada
A Infraero também cobra uma suposta dívida de R$ 500 mil, referente a estruturas construídas pelo próprio aeroclube. A direção afirma que a cobrança é ilegal e que a Justiça está sendo acionada para suspender o despejo.
Nenhum comentário