Casal é condenado a mais de 70 anos de prisão por matar e enterrar artista venezuelana Julieta Hernández em Presidente Figueiredo
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Foto: reprodução |
Os dois foram julgados pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver, em um caso que chocou o Amazonas e o país pela crueldade dos detalhes.
As condenações
A ré Deliomara dos Anjos Santos foi sentenciada a 37 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão, além de 264 dias-multa — sendo 36 anos e 11 meses pelo latrocínio e 1 ano pela ocultação de cadáver.
Já Thiago Agles da Silva recebeu 41 anos e 3 meses de prisão, mais 220 dias-multa — 40 anos pelo latrocínio e 1 ano e 3 meses pela ocultação do corpo.
A sentença foi proferida pela juíza Tamiris Gualberto, que determinou o regime fechado e a manutenção da prisão preventiva dos condenados até o trânsito em julgado da decisão.
Crime bárbaro
O crime aconteceu na madrugada de 23 de dezembro de 2023, no Espaço Cultural Mestre Gato, em Presidente Figueiredo.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MPAM), o casal atacou Julieta enquanto ela dormia em uma rede, com a intenção inicial de roubar o celular da vítima.
Conforme os autos, Thiago, sob efeito de álcool e drogas, teria rendido Julieta com uma faca, exigindo o telefone.
Durante a ação, Deliomara, movida por ciúmes, jogou álcool sobre a vítima e ateou fogo, provocando graves queimaduras.
Em seguida, Thiago teria estrangulado Julieta com uma corda até a morte.
Para esconder o crime, o casal enterrou o corpo em uma cova rasa nos fundos da residência, segundo o MP.
Absolvidos de acusação de estupro
O Ministério Público também havia denunciado os réus por estupro, mas o Juízo absolveu o casal por falta de provas técnicas.
O laudo pericial não foi conclusivo quanto à ocorrência de conjunção carnal, e nenhuma testemunha apresentou elementos suficientes para sustentar a acusação.
Justiça feita
Com a condenação, Deliomara e Thiago deverão cumprir pena em regime fechado, e a Justiça reforçou que as sanções foram fixadas de forma individual e proporcional à gravidade dos crimes.
Julieta Hernández, natural da Venezuela, era artista e cicloviajante, e estava de passagem por Presidente Figueiredo, onde havia decidido pernoitar antes de seguir viagem rumo a Roraima.
Sua morte gerou comoção nas redes sociais e mobilizou ativistas e grupos culturais em homenagem à artista.
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