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Comerciante que espancou o sambista Paulo Onça vai a júri popular em Manaus

Foto: reprodução 
O comerciante Adeilson Duque Fonseca vai a julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, acusado de agredir e causar a morte do sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, o Paulo Onça. A decisão é do juiz Fábio César Olintho de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, e foi proferida nesta quinta-feira (9).

O crime aconteceu na madrugada de 5 de dezembro, após uma colisão de trânsito na rua Major Gabriel, Zona Sul da capital. Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de Paulo avançou o sinal vermelho e atingiu o veículo conduzido por Adeilson. Em seguida, o comerciante desceu do automóvel e passou a espancar o sambista até deixá-lo inconsciente.

A vítima ficou internada em estado grave por cinco meses, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a decisão judicial, Adeilson será julgado por homicídio qualificado, com as agravantes de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O magistrado destacou que a confissão do acusado, os vídeos das agressões e os depoimentos de testemunhas são suficientes para levar o caso a julgamento popular.

O juiz também rejeitou a tese da defesa de que a morte teria ocorrido por complicações médicas posteriores, afirmando que os problemas de saúde foram consequência direta e previsível das agressões.

Apesar da decisão de pronúncia, Adeilson continua em liberdade provisória, com o uso de tornozeleira eletrônica, por manter boa conduta processual e cumprir as medidas cautelares impostas.

Relembre o caso

O vídeo do circuito de segurança mostra o momento do acidente e das agressões. Após a batida, Adeilson parte para cima de Paulo Onça, que cai desacordado no meio da via. O comerciante chegou a ser preso preventivamente dias depois, mas foi solto em setembro, após decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que considerou excesso de tempo na detenção.

A morte de Paulo Onça, aos 63 anos, foi confirmada em 26 de maio deste ano. Natural de Manaus, o sambista era conhecido por suas composições marcantes e por parcerias com grandes nomes do gênero, como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Leci Brandão e Jorge Aragão.

O artista começou sua carreira aos 16 anos e ganhou destaque na Vitória Régia, com o samba “Nem Verde e Nem Rosa”, um clássico do Carnaval amazonense.


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