Megaoperação contra Comando Vermelho no Rio tem 64 mortos e 81 presos - Mix de Notícias

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Megaoperação contra Comando Vermelho no Rio tem 64 mortos e 81 presos

Foto: Reprodução
Uma megaoperação realizada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro nesta terça-feira resultou na prisão de importantes lideranças do Comando Vermelho, facção que atua no tráfico de drogas em diversas comunidades do estado. Entre os detidos está Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como um dos principais articuladores do grupo criminoso. Também foi preso Nicolas Fernandes Soares, suspeito de ser o operador financeiro de chefes do tráfico.

Segundo o governador Cláudio Castro, os confrontos ocorreram principalmente em áreas de mata, onde traficantes tentavam se esconder e reagir à entrada dos agentes. Há relatos de criminosos tentando bloquear vias estratégicas, como a Avenida Brasil, além do uso de drones para lançar explosivos contra policiais.

Para dificultar o avanço da operação, barricadas com veículos incendiados foram erguidas em vários pontos da capital. Imagens também mostram criminosos fugindo em fila indiana pela Vila Cruzeiro, uma das localidades mais afetadas.

Estado de alerta e forte aparato policial

Diante dos riscos de retaliação por parte da facção criminosa, todos os batalhões da Polícia Militar foram colocados em estado de alerta máximo. A corporação suspendeu atividades administrativas para reforçar o policiamento nas ruas. O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional da cidade para o estágio 2, em uma escala de 5, devido aos bloqueios e atos de violência.

A ofensiva policial contou com uso de helicópteros, 32 veículos blindados, drones e equipamentos de demolição. Durante a coletiva de imprensa, o governador afirmou que a operação é resultado de ações de inteligência e tecnologia, mas lamentou a falta de apoio do governo federal, alegando que o Rio está “sozinho” na guerra contra o crime organizado.

Pressão de órgãos federais

A operação também gerou reação do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU), que enviaram um ofício ao governador pedindo explicações sobre a alta letalidade das ações policiais. As instituições solicitam a comprovação de que a operação cumpriu determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) previstas na ADPF 635, que estabelece medidas para redução de mortes decorrentes de intervenção policial.

Entre os pontos questionados estão:

  • Uso de câmeras corporais pelos agentes
  • Apresentação de justificativa formal para a ação
  • Presença de ambulâncias nos locais de confronto

Durante a coletiva, Cláudio Castro criticou a decisão do STF, chamando a ADPF 635 de “maldita” e afirmando que as restrições impostas favorecem o avanço do crime organizado.

Governador diz que pedidos de apoio foram negados

Castro declarou ainda que já havia solicitado ajuda das Forças Armadas em outras ocasiões e teve os pedidos negados. Segundo ele, a operação desta terça-feira não contou com solicitação formal de apoio federal, pois o governo estadual já teria entendido que “não haveria cooperação”.

As investigações continuam para localizar outros alvos e coibir possíveis represálias das facções.

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