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Justiça nega prisão de médica investigada pela morte do menino Benício em Manaus

Foto: reprodução 

A Justiça do Amazonas rejeitou, nesta quinta-feira (27), o pedido de prisão preventiva da médica Juliana Brasil Santos, investigada pela morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, ocorrida no último domingo (23), no Hospital Santa Júlia, em Manaus. O delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), também solicitou mandado de busca e apreensão na residência da profissional, mas ambos os pedidos foram indeferidos.

A decisão da desembargadora Onilza Abreu Gerth destacou que não existem elementos suficientes que justifiquem a prisão e classificou a medida como desproporcional. A defesa da médica ingressou com habeas corpus argumentando que ela tem colaborado com as investigações, não demonstra risco de fuga, não oferece ameaça à ordem pública e está emocionalmente fragilizada após o episódio.

Na manhã desta sexta-feira (28), o delegado Marcelo Martins voltou a afirmar que, até o momento, o caso é tratado como homicídio doloso, possivelmente com dolo eventual.

“Minha avaliação preliminar é de homicídio doloso, qualificado pela crueldade. Fiz o pedido de prisão com base nesse entendimento”, declarou.

Segundo o delegado, a suspeita decorre de relatos que apontam indiferença da médica diante da gravidade do quadro apresentado pela criança. Um homem que estava na área pediátrica relatou ter visto a médica ser acionada pela técnica de enfermagem assim que Benício passou mal, mas que ela teria demorado a se levantar para avaliar o paciente, demonstrando falta de urgência.

Juliana se apresentou espontaneamente ao DIP nesta sexta-feira para prestar depoimento, acompanhada por seu advogado. Ela evitou contato com a imprensa. A técnica de enfermagem que atuou no atendimento do menino também foi ouvida. Conforme o delegado, ambos os depoimentos já estavam previamente marcados.

Marcelo Martins informou que a investigação conta com um grande volume de documentos e que diversas testemunhas foram ouvidas. Segundo ele, médicos experientes confirmaram que o diagnóstico de Benício apontou overdose de adrenalina, resultando em uma superdosagem que teria provocado seis paradas cardíacas antes da morte da criança.

Suposto “antídoto”

O delegado também rebateu a informação de que a médica teria solicitado um “antídoto” para reverter o quadro.

“Testemunhas e especialistas afirmam que não existe antídoto para overdose de adrenalina. Um médico experiente que estava no local foi categórico ao dizer que não há medicamento capaz de neutralizar esse tipo de superdosagem”, destacou.

Imagens do hospital

Martins afirmou ainda que parte das imagens internas do hospital já foi entregue à Polícia Civil, e o material está sendo analisado.

“Recebemos uma quantidade significativa de material e ele está passando por avaliação. Assim que concluirmos, divulgaremos os resultados”, afirmou.


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