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Defesa aponta falha em sistema do Hospital Santa Júlia e diz que prescrição de adrenalina não foi erro da médica

Foto: divulgação
A defesa da médica Juliana Brasil, investigada pela morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, apresentou novos documentos que atribuem ao sistema de prescrição do Hospital Santa Júlia a alteração que resultou no registro de adrenalina intravenosa no prontuário da criança. Segundo os advogados, a mudança na via de administração teria sido feita automaticamente pela plataforma, e não por falha humana da profissional.

De acordo com a equipe jurídica, Juliana teria indicado inicialmente adrenalina por via inalatória, mas o sistema — que estaria instável no dia do atendimento — teria convertido a prescrição para o uso intravenoso sem aviso claro ao usuário.

Um vídeo entregue à polícia, segundo a defesa, mostra a navegação na plataforma e demonstra a possibilidade de a ferramenta modificar vias de administração sem interferência direta do médico. O advogado Felipe Braga destacou que a automação do sistema já foi alvo de críticas por parte de outros profissionais da saúde.

O caso Benício

O delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), afirmou que Benício sofreu uma overdose de adrenalina antes de morrer, no dia 23 de novembro.

O pai do menino, Bruno Freitas, relatou que levou o filho ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. Ele afirmou que Juliana prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa, de 3 ml a cada 30 minutos.

Bruno disse ainda que a mãe da criança questionou a técnica de enfermagem sobre a via intravenosa, já que Benício sempre recebeu adrenalina por nebulização. A profissional teria respondido que nunca havia aplicado a medicação dessa forma, mas que executaria o procedimento por estar registrada na prescrição médica.

Após a primeira aplicação, o menino começou a passar mal e foi levado à sala vermelha. Sua oxigenação caiu para cerca de 75%. Ele foi transferido para a UTI na noite de sábado (22), onde sofreu várias paradas cardíacas e acabou morrendo às 2h55 de domingo (23).

Pedido de prisão e medidas cautelares

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Juliana, mas a Justiça autorizou que ela responda ao processo em liberdade, garantindo um habeas corpus preventivo.

O Ministério Público do Amazonas se posicionou a favor da suspensão temporária do exercício profissional da médica e da técnica de enfermagem Rayssa Marinho, além de recomendar restrições de deslocamento e apresentação periódica em juízo.



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