Nova reviravolta na morte de Benício: intubação na UTI vira suspeita central e quatro médicas entram na mira da polícia
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| Foto: reprodução |
A investigação sobre a morte do pequeno Benício, em um hospital particular de Manaus, ganhou um rumo inesperado. O delegado Marcelo Martins revelou que procedimentos realizados dentro da UTI especialmente as tentativas de intubação e o tempo prolongado em que o menino permaneceu na unidade podem ter tido papel decisivo no óbito. A apuração agora se desdobra em quatro frentes e envolve diretamente quatro profissionais da saúde.
A acareação entre a médica plantonista e a técnica de enfermagem expôs contradições nos depoimentos, abrindo espaço para novas suspeitas. Segundo Martins, a polícia investiga se houve erro na prescrição da médica Juliana Brasil e falha de procedimento por parte da técnica Raiza Bentes. Mas a atenção se voltou também ao que ocorreu depois que Benício entrou na UTI.
As médicas Alexandra Procópio e Ana Rosa, chefe da UTI pediátrica, também passaram a ser investigadas. De acordo com o delegado, Alexandra tentou intubar o menino, mas sem êxito. Horas depois, Ana Rosa realizou o procedimento. A polícia quer entender se essas tentativas podem ter provocado lesões ou agravado o quadro clínico do paciente.
Outro elemento explosivo da investigação é o relato de três testemunhas que afirmam que Juliana Brasil tentou acessar e alterar a prescrição original. “Se essa tentativa for comprovada, a situação da médica se complica ainda mais. Estamos tratando isso com extrema seriedade, mas o habeas corpus impede medidas imediatas”, declarou Martins.
Além das condutas pr ofissionais, a estrutura do hospital também é alvo de questionamentos. No dia da morte de Benício, apenas três enfermeiros cobriam cinco setores diferentes, o que pode caracterizar falha grave no atendimento. A ausência de um farmacêutico para validar a medicação liberada à equipe também está sob análise.
O caso segue sendo investigado como homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual. “Os erros apontados até agora indicam que houve desprezo pela vida da vítima. A perícia agora é decisiva para fechar esse quebra-cabeça”, afirmou o delegado.
A técnica Raiza Bentes já foi afastada pelo Conselho Regional de Enfermagem, enquanto demais conselhos profissionais devem receber o inquérito completo. A polícia também fará perícia no sistema informatizado do hospital para identificar possíveis falhas ou tentativas de manipulação.

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