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Polícia pede prisão preventiva de médica e técnica investigadas pela morte de Benício

Foto: reprodução 

 A Polícia Civil do Amazonas solicitou à Justiça a prisão preventiva da médica Juliana Brasil Santos e da técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, investigadas pela morte de Benício Xavier, de 6 anos, após a aplicação incorreta de adrenalina em uma unidade de saúde de Manaus.

A informação foi confirmada nesta segunda-feira (5) ao repórter Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica, pela própria Polícia Civil. O pedido de prisão foi feito depois que o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) revogou o habeas corpus preventivo anteriormente concedido à médica. A decisão ocorreu quatro dias após a Justiça negar benefício semelhante à técnica de enfermagem.

O pedido foi protocolado com base no avanço das investigações conduzidas pelo 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, poucas horas após receber adrenalina por via intravenosa — medicamento aplicado por Raiza e prescrito por Juliana.

Durante a investigação, a médica admitiu o erro em um documento encaminhado à polícia e também em mensagens enviadas ao médico Enryko Queiroz, nas quais pediu orientação. A defesa de Juliana, no entanto, sustenta que a confissão foi feita “no calor do momento”. Até o momento, Juliana Brasil e Raiza Bentes respondem ao inquérito em liberdade. As defesas das duas não se manifestaram até a publicação da reportagem.

Médica pode responder por falsidade ideológica

Além da investigação por homicídio doloso por dolo eventual, a médica Juliana Brasil Santos também pode responder pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Martins, responsável pelo caso.

Segundo o delegado, a Polícia Civil analisou a forma como a médica se apresentava profissionalmente e constatou que ela utilizava carimbo e assinatura com referência à especialidade de pediatria, mesmo sem possuir o título oficialmente reconhecido.

“Todas as normas do Conselho Federal de Medicina indicam que o médico que não possui especialização não pode se identificar, de nenhuma forma, como especialista. E ela fez isso”, afirmou Marcelo Martins.

De acordo com o delegado, a conduta pode caracterizar dois crimes distintos, o que levou à ampliação das investigações.

A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e analisando documentos para esclarecer as circunstâncias do atendimento e as possíveis responsabilidades criminais.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) permite que médicos obtenham o Título de Especialista em Pediatria (TEP) sem residência médica, desde que sejam aprovados na prova específica. A defesa da médica informou à Rede Amazônica que, embora Juliana Brasil não possua o título, ela é formada desde 2019, atuava legalmente na área e pretendia realizar a prova de título ainda neste mês de dezembro.


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