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Mulher fica quase cinco anos sem urinar depois da gravidez

 

Rachel após o nascimento da segunda filha, Isla, quando tudo começou (Foto: Reprodução/ Facebook)

Rachel Ingram é uma britânica de 26 anos, mãe de dois filhos, Harvey, 7 anos, e Isla 5. Depois do nascimento da caçula, ela nunca mais conseguiu urinar normalmente, de acordo com o jornal britânico The Mirror. Isso porque ela sofre de uma forma grave de uma doença rara, que atinge o trato urinário: a síndrome de Fowler, que dificulta a passagem do xixi da bexiga para o canal da uretra. 

Rachel conta que durante seu segundo trabalho de parto, as contrações pararam e ela precisou ser levada para uma cesariana de emergência. A menina nasceu bem, mas a mãe nunca mais conseguiu urinar normalmente. "Desde o dia em que ela nasceu, tive problemas para fazer xixi", disse. "Comecei a ter infecções, muitas dores na parte baixa do abdôme e menos sensação de que a minha bexiga estava cheia. O desastre maior foi num dia em que eu fui ao banheiro e fiquei gritando em agonia por duas horas, tentando fazer xixi. Era uma dor parecida com a do trabalho de parto. Eu rolava de dor. Foi horrível e meu estômago estava tão inchado que parecia que eu estava grávida de seis meses", lembra. 

A mulher foi então ao pronto-socorro com a sua mãe, mas disseram a ela que era apenas uma infecção. Inconformada, a mãe pediu exames mais detalhados. Os médicos, então, ficaram chocados ao descobrir que a bexiga de Rachel estava com mais de 2 litros de urina retida. O líquido então foi drenado através de um cateter. 

Rachel passou por algumas cirurgias, mas nada resolveu, de fato, o seu problema. Ela usa todos os dias, desde então, uma bolsinha plástica colada ao corpo com uma sonda que sai da bexiga para drenar a urina. Para controlar as dores, ela precisa tomar cerca de 230 comprimidos por dia. Ela também faz uso direto de antibióticos, com o intuito de evitar infecções. Ainda assim, nos últimos 18 meses, ela sofreu com sepse, que é quando uma infecção é tão forte que passa para a corrente sanguínea, podendo ser fatal. No entanto, os médicos felizmente conseguiram controlar a situação. 

Agora, a britânica precisa passar por um procedimento chamado Mitrotanoff, que cria um canal da bexiga ao umbigo usando o apêndice. A cirurgia, no entanto, custa £20 mil (o equivalente a R$ 95 mil) e a família tenta juntar o dinheiro.

Os filhos e a imagem corporal

Não é fácil encarar todas as dificuldades e ainda conversar sobre isso com duas crianças pequenas. Em seu perfil no Facebook, Rachel postou uma foto da barriga com o cateter e explicou como lida com a questão. "Eu costumava odiar minha barriga por causa das marcas da gravudez, das queimaduras de bolsas de água quente e do óbvio: o tubo. Mesmo assim, sempre tenho tratado a questão abertamente com Harvey e Isla sobre o catéter e sobre todos os meus problemas de saúde. Eles têm visto coisas que eu gostaria que não tivessem visto, mas tudo isso tem ajudado a transformá-los nas crianças mais carinhosas do mundo", escreveu. "Por causa deles tenho conseguido construir minha confuança e não ter medo de mostrar meu tubo. Nadar é algo que eles realmente mam e eu estava muito chateada por perder isso. Mas nadar é totalmente ok agora", postou. 

Síndrome de Fowler: o que é?

A síndrome de Fowler, descoberta em meados dos anos 1980, atinge principalmente mulheres de 20 a 30 anos, e é caracterizada pela dificuldade da urina de passar da bexiga para o canal da uretra. O problema acontece quando o esfíncter, músculo responsável por segurar e soltar o xixi, é incapaz de relaxar, liberando a passagem do líquido. Algumas das pessoas que sofrem com a doença conseguem fazer xixi com dificuldades. Outras, como Rachel, não conseguem de jeito nenhum. 




Fonte: Revista Crescer

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