"Há um vídeo?", perguntou médico ao ser preso por estupro de grávida durante parto
Ao explicar os motivos da prisão em flagrante, a titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti disse haver imagens do ato, o que foi questionado pelo anestesista.
"É prisão em flagrante, porque o senhor foi detido logo depois do fato. Há um vídeo", afirma Lomba.
"Há um vídeo?", pergunta Giovanni.
"Há provas. Se não, eu não efetuaria essa prisão em flagrante", responde a delegada.
O médico também reagiu da mesma forma ao ouvir que estava sendo acusado pelo crime de estupro, quanto Lomba relatava os seus direitos.
"O senhor tem direito a permanecer em silêncio, fazer contato com advogado e, a princípio, por crime de estupro", diz a delegada.
"Estupro?", indaga o anestesista.
Giovanni foi preso após ser filmado pela equipe de enfermagem, que suspeitava conduta do médico e escondeu um celular para registrar o que o ele fazia durante as cirurgias. As imagens mostram o anestesista passando a genitália no rosto e na boca da paciente enquanto ela estava desacordada durante uma cirurgia de cesárea.
Segundo a delegada, existe a possibilidade de ele ter utilizado sedativos em grande quantidade ou até desnecessariamente para que a mulher ficasse dopada e ele pudesse cometer o crime. Frascos da medicação foram apreendidos e funcionários do hospital prestaram depoimento na delegacia, de acordo com a polícia. A Deam também investiga outras possíveis condutas criminosas de Giovanni.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) abriu um procedimento cautelar para suspensão do anestesista devido à gravidade das imagens. Além disso, o presidente do conselho, Clóvis Munhoz, informou que será instaurado um processo disciplinar de cassação do médico.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde e o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, afirmaram que acionaram a Polícia Civil após serem alertados pela equipe de funcionários da unidade sobre a conduta de Giovanni.
Além disso, declararam que o médico não é servidor do estado e prestava serviço como pessoa jurídica há seis meses nos hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e no Getúlio Vargas, na zona norte do Rio.
A direção do Hospital da Mulher abriu uma sindicância interna para tomar medidas administrativas. A unidade também disse que está prestando apoio à vítima e sua família.
A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou que o médico já deu entrada no presídio José Frederico Marques, em Benfica, zona central do Rio. A audiência de custódia deve ocorrer na terça (12).
A defesa de Giovanni Quintella Bezerra afirmou que se manifestará após ter acesso a depoimentos e provas que foram apresentados durante a prisão em flagrante.
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