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"Há um vídeo?", perguntou médico ao ser preso por estupro de grávida durante parto


O médico Giovanni Quintella Bezerra, preso na noite de domingo (10) por estuprar uma mulher grávida dentro de um hospital na Baixada Fluminese, se surpreendeu ao ser informado pela delegada Bárbara Lomba da existência de um vídeo que registrou o crime.

Ao explicar os motivos da prisão em flagrante, a titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti disse haver imagens do ato, o que foi questionado pelo anestesista.

"É prisão em flagrante, porque o senhor foi detido logo depois do fato. Há um vídeo", afirma Lomba.

"Há um vídeo?", pergunta Giovanni.

"Há provas. Se não, eu não efetuaria essa prisão em flagrante", responde a delegada.

O médico também reagiu da mesma forma ao ouvir que estava sendo acusado pelo crime de estupro, quanto Lomba relatava os seus direitos.

"O senhor tem direito a permanecer em silêncio, fazer contato com advogado e, a princípio, por crime de estupro", diz a delegada.

"Estupro?", indaga o anestesista.

Giovanni foi preso após ser filmado pela equipe de enfermagem, que suspeitava conduta do médico e escondeu um celular para registrar o que o ele fazia durante as cirurgias. As imagens mostram o anestesista passando a genitália no rosto e na boca da paciente enquanto ela estava desacordada durante uma cirurgia de cesárea. 

Segundo a delegada, existe a possibilidade de ele ter utilizado sedativos em grande quantidade ou até desnecessariamente para que a mulher ficasse dopada e ele pudesse cometer o crime. Frascos da medicação foram apreendidos e funcionários do hospital prestaram depoimento na delegacia, de acordo com a polícia. A Deam também investiga outras possíveis condutas criminosas de Giovanni.

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) abriu um procedimento cautelar para suspensão do anestesista devido à gravidade das imagens. Além disso, o presidente do conselho, Clóvis Munhoz, informou que será instaurado um processo disciplinar de cassação do médico.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde e o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, afirmaram que acionaram a Polícia Civil após serem alertados pela equipe de funcionários da unidade sobre a conduta de Giovanni.

Além disso, declararam que o médico não é servidor do estado e prestava serviço como pessoa jurídica há seis meses nos hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e no Getúlio Vargas, na zona norte do Rio.

A direção do Hospital da Mulher abriu uma sindicância interna para tomar medidas administrativas. A unidade também disse que está prestando apoio à vítima e sua família.

A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou que o médico já deu entrada no presídio José Frederico Marques, em Benfica, zona central do Rio. A audiência de custódia deve ocorrer na terça (12).

A defesa de Giovanni Quintella Bezerra afirmou que se manifestará após ter acesso a depoimentos e provas que foram apresentados durante a prisão em flagrante.


*R7

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