Lula e Bolsonaro escolhem cidades simbólicas para iniciar campanhas - Mix de Notícias

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Lula e Bolsonaro escolhem cidades simbólicas para iniciar campanhas

 

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Apelando ao simbolismo da cidade em que afirma ter "renascido", o presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu iniciar a campanha de reeleição à Presidência da República no "exato local" onde levou a facada no período pré-campanha de 2018: o calçadão da esquina entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira, no centro de Juiz de Fora (MG). Seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu o ABC paulista, berço do movimento sindical e do PT, para abrir oficialmete a campanha para retornar ao Palácio do Planalto.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir de hoje, os candidatos poderão dar início à propaganda eleitoral, com comícios e distribuição de material gráfico, como "santinhos" e adesivos.

Segundo o cronograma do comitê de campanha, Jair Bolsonaro desembarcará hoje pela manhã no aeroclube municipal, onde terá um encontro fechado com comunidades evangélicas. Depois, de acordo com o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), um dos organizadores da agenda, cumprimentará apoiadores e seguirá em motociata pela cidade da Zona da Mata mineira até o local da facada. Lá, subirá em um trio elétrico e discursará, finalizando a programação do dia. A previsão inicial era que o presidente visitasse a Santa Casa, mas a possibilidade foi descartada. A segurança presidencial foi reforçada.

"O presidente virá para cá, fazer seu pronunciamento no local exato onde ele sofreu a facada e teve a sua campanha de 2018 interrompida. Ele chega ao meio-dia para fazer o seu pronunciamento, iniciando a campanha pela reeleição no local onde ele nasceu de novo", disse o deputado.

Bolsonaro vai centrar o discurso — carregado de sentimentalismo com a lembrança do atentado — nas ações do governo na melhora dos indicadores econômicos e no aumento do Auxílio Brasil para R$ 600. O presidente não abrirá mão de destacar pautas ideológicas, vai reforçar os ataques ao sistema eleitoral, repetindo os pedidos por "eleições auditáveis", não deixará de alfinetar o ex-presidente Lula, lembrando casos de corrupção. Em outra ponta, o acenará a mulheres e jovens, público nos quais enfrenta ampla rejeição, de acordo com as pesquisas de intenção de votos.

Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, é considerado estado decisivo nas eleições. No dia 15 do mês passado, Bolsonaro esteve em Juiz de Fora, quando participou de um culto da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus (Conamad). No evento evangélico, relembrou o atentado.

"Depois de quase quatro anos, eu retorno a Juiz de Fora. A maioria dos médicos que me viram naquele estado disse que a cada 100 pessoas que levam uma facada daquela, apenas uma tinha a chance de sobreviver. Alguns acham que é sorte. Eu acho que é outra coisa: é a mão de Deus. Ou melhor, eu tenho a certeza", discursou, à época.

Origens

O ex-presidente Lula previa iniciar sua agenda, hoje, na zona sul da capital paulista, em uma visita à fábrica da MWM Motores e Geradores, no início da manhã. Porém, segundo sua assessoria, a visita foi cancelada devido à falta de tempo para organizar os procedimentos de segurança, que serão reforçados por causa do clima de tensão política que cerca as eleições.

À tarde, o petista irá à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Além de estratégica, a escolha do local também é simbólica, já que Lula iniciou sua carreira política no sindicato dos metalúrgicos da região e já trabalhou na fábrica da montadora. A cidade —o B do ABC paulista — é, também, o berço do Partido dos Trabalhadores. No fim da tarde, Lula irá à posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

Na quinta-feira, o candidato petista dedicará sua agenda ao eleitor mineiro, um dia depois da visita do presidente Bolsonaro a Juiz de Fora. Lula irá a Belo Horizonte, onde discursará em comício na capital mineira ao lado do candidato ao governo do estado pelo PSD, o ex-prefeito Alexandre Kalil, apoiado pelo PT.



Fonte: Correio Braziliense

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