Neymar é dispensado de julgamento na Espanha mas terá que voltar para responder sobre corrupção - Mix de Notícias

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Neymar é dispensado de julgamento na Espanha mas terá que voltar para responder sobre corrupção

Foto: REUTERS/Albert Gea
 A um mês do iníco da Copa do Mundo do Catar, Neymar foi a julgamento em Barcelona, nesta segunda-feira, 17, no processo que investiga fraude e corrupção na sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. Outras oito pessoas também são julgadas. 

O ídolo brasileiro chegou à cidade espanhola na manhã desta segunda-feira, 17. Pouco antes das 10h, ele já estava no saguão do tribunal, vestido de preto, acompanhado de seu pai e confraternizando com Sandro Rosell, ex-presidente do Barça. O julgamento começou logo depois e durou duas horas.

O caso tem como centro a alegação feita pela empresa brasileira DIS, que detinha 40% dos direitos de Neymar quando ele estava no Santos. De acordo com os representantes, o atleta conspirou para que a organização não recebesse sua fatia legítima em sua transferência para o Barcelona, em 2013.

De acordo com a agência Reuters, os promotores espanhóis pediram uma pena de prisão de dois anos e multa de 10 milhões de euros para Neymar. Eles também tentaram uma pena de cinco anos de reclusão para o ex-presidente do Barça Sandro Rosell, além de multa de 8,4 milhões de euros para o clube.

Sentado no banco dos réus, Neymar às vezes soava distraído, olhando para baixo e bocejando. O atleta, inclusive, riu quando o juiz José Manuel del Amo Sánchez sugeriu que ele deveria estar cansado depois de marcar o único gol na vitória crucial do PSG contra o Olympique de Marseille na noite de domingo, 16.

Em suas respectivas defesas, todos os réus negaram repetidamente qualquer irregularidade. Além de Neymar, entre os réus estão seus pais, representantes dos dois clubes, os ex-presidentes do Barcelona Josep Maria Bartomeu e Rosell, e o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues.

Ao término da sessão, a advogada Maria Masso, que defende o craque e sua família, conversou com a imprensa. Para ela, o atleta não cometeu crime e os eventos que estão em julgamento ocorreram no Brasil, argumentando que tribunais espanhóis não tem jurisdição para processar o atacante do PSG.

Em contrapartida à declaração de Maria Masso, na última quinta-feira, 14, Paulo Nasser, advogado da empresa brasileira, definiu como traição a suposta irregularidade realizada por Neymar e sua equipe.

"Neymar, com a conivência de seus pais e das diretorias do Barcelona e do Santos, traiu a confiança dos meus clientes. O custo real da transação (entre Santos e Barcelona) foi de 82 milhões de euros, e apenas 17 milhões apareceram como a transferência oficial", disse o defensor da DIS, em entrevista coletiva em Barcelona na quinta-feira.

Foto: REUTERS/Albert Gea
Entenda o caso

O caso começou entre 2011 e 2013, período quando Neymar foi transferido do Santos para Barcelona. Após a denúncia da empresa DIS, investigações foram realizadas na Espanha e no Brasil para apurar se valores devidos dessa transferência foram realmente ocultados

Desde que tomou ciência da denúncia, a defesa de Neymar nega irregularidades, mas, em 2017, o Supremo Tribunal da Espanha rejeitou os recursos do jogador, de seus pais, da empresa da família 'N&N' e dos dois clubes, abrindo caminho para que o caso fosse a julgamento.

As denúncias à Justiça da Espanha feitas pelo Grupo DIS chegaram a ser arquivadas, mas o Tribunal Nacional de Justiça da Espanha ordenou ao juiz José de la Mata reabrir o chamado ‘caso Neymar’ para processar o atacante brasileiro e os demais envolvidos na suposta apropriação milionária.

O tribunal acatou o recurso da Receita contra a decisão de arquivamento e, na época, o Barcelona chegou a fazer um acordo com a promotoria, admitindo ter cometido dois crimes fiscais na contratação de Neymar, nos exercícios de 2011 e 2013, e se comprometendo a pagar multa de 5,5 milhões de euros.

Mesmo assim, a empresa DIS sofreu uma derrota na decisão de primeira instância - o juiz considerou que, apesar de o contrato ter irregularidades, não havia elementos suficientes para configurar como crime.

Paulo Nasser, representante da empresa brasileira, não aceitou a derrota e informou que os representantes iriam recorrer da decisão. Com isso, hoje ocorreu a primeira etapa do julgamento que está previsto para ser realizado até dia 31 de outubro. O próximo depoimento de Neymar será na sexta-feira, 21

Fonte:Reuters

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