Jogadoras denunciam treinador de futsal por assédio; em mensagem, ele ameaçou aluna - Mix de Notícias

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Jogadoras denunciam treinador de futsal por assédio; em mensagem, ele ameaçou aluna

Foto: Divulgação
Alunas de futsal em Fortaleza, no Ceará, denunciam o treinador por assédio sexual. As meninas do time são menores de idade e, segundo relatam, os casos de abuso aconteciam em um prédio onde funcionava uma escola, que só era reativado quando tinha jogos escolares. O caso é investigado pela Polícia Civil. 

As denúncias foram reveladas em uma reportagem exclusiva do Balanço Geral Ceará. Ao telejornal, uma das vítimas relatou que muitas meninas ficaram traumatizadas e desistiram de jogar futsal.

Prints de conversas do professor com as alunas mostram que ele utilizava linguagem inadequada e de cunho sexual com elas. Além disso, uma adolescente fez um vídeo do momento em que o treinador massageava sua perna e passava a mão próximo a parte íntima dela. Ao perceber que estava sendo filmado, ele derruba o celular da atleta. 

"A gente começou a perceber que ele realmente agia estranho com a gente. Ele xingava a gente com apelidos muito persuasivos e ele meio que fazia uma brincadeira muito obscena e era bem desconfortável", disse uma das alunas ao Balanço Geral. "Tinham algumas meninas que tinham muito medo de chegar perto dele. Têm muito medo. E a gente começou a perceber que ele estava começando a mexer com as meninas", acrescentou ela. 

Foto: Divulgação
Em uma das mensagens, o treinador convida as alunas para uma casa de praia. Já em outra conversa com uma das meninas ele fala da parte íntima de uma das atletas e a ameaça caso ela não jogasse bem uma partida. 

"Deixa ela com as bobagens dela que o p*******o dela é cabeludo. Ela não raspa nem o p*******o dela. Tu não. Se tu ficar com bobagem aí, eu mando te matar, viu?", diz o treinador no áudio.

Uma das jovens que fazia parte do time, relatou uma situação de assédio que viveu. "La ná sala do escritório dele tinha um quarto que era onde a gente dormia e nesse quarto tinha uma cama de casal só, a gente que pegava os colchões e colocava lá na hora de dormir. E ele estava nesse quarto deitado. Ele me chamou, e como eu já conhecia isso tudo que estava acontecendo [assédio], eu fui, mas fiquei bem perto do porta, com medo", contou ela.

"Perguntei o que ele queria e ele falou que era para eu chegar mais perto. Aí eu sentei no canto da cama, perto da porta, porque qualquer coisa podia sair correndo, aí ele pediu para eu fazer massagem nas costas dele. Eu fui, mas comecei só na região dos ombros e ele foi pedindo para eu descer aos poucos até a região do lombar mais ou menos. Aí ele começou com umas brincadeiras bem desconfortáveis, disse que se eu me garantisse na massagem, eu viraria amante dele", relembra também a aluna.

Em seguida, ela afirma que o treinador pediu massagem nas pernas, mas que ela conseguiu sair do quarto porque outras colegas chegaram. "Eu pretendia realizar meu sonho e a pessoa que iria me ajudar com isso estava agindo desse jeito", lamentou a aluna. 

Alunas se uniram e questionaram treinador 

Ao Balanço Geral do Ceará, as vítimas relataram que, para tentar evitar as situações de abuso, elas se reuniram e foram conversar com o treinador. Elas chegaram a gravar o momento em que o questionam sobre os abusos e se mostram revoltadas com a situação. Segundo uma das atletas, ele apenas pediu para as meninas "manterem a calma". 

Em uma gravação de uma ligação telefônica que teve com outra vítima, o treinador pediu para ter uma nova chance com as atletas. "Eu não sei o que fazer. Eu queria que vocês não me deixassem, me dessem uma chance", disse ele. 

As mães e pais das meninas pedem por justiça e que o treinador seja punido. "Todos estamos revoltados, porque ele destruiu o sonho das meninas, muitas estão traumatizadas. Elas são crianças ainda", afirmou uma das mães ao telejornal. 

Investigação

Em nota enviada ao Terra, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) informa que investiga, por meio da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), denúncia de crime contra a dignidade sexual no bairro Centro - Área Integrada de Segurança 4 (AIS 4) da Capital.

"Diligências e oitivas estão sendo realizadas para elucidar o caso. Outras informações serão repassadas em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais", afirmou a corporação.

Fontw; Terra

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