"Me sentia diminuído por ser conhecido como o gay do JN", diz Matheus Ribeiro - Mix de Notícias

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"Me sentia diminuído por ser conhecido como o gay do JN", diz Matheus Ribeiro

Foto: Divulgação 
Matheus Ribeiro, de 30 anos, fez história em novembro de 2019. Ele foi o primeiro homossexual a comandar o Jornal Nacional, principal programa jornalístico da Globo. O jornalista admite que, apesar do feito, por um tempo sentiu-se diminuído pelo título.

“Eu me irritava com essa coisa de ser chamado de 'gay do JN', me sentia diminuído. Eu pensava: 'Poxa, eu não sou só gay, sou mais que isso'. Entre os 27 jornalistas do rodízio, por exemplo, eu era o mais jovem e só o fato de eu ser gay era citado", comenta Matheus Ribeiro, em exclusiva ao Terra.


"Me sentia diminuído por ser conhecido como o gay do JN", diz Matheus Ribeiro

Jornalista foi o primeiro homossexual a ocupar a bancada mais importante da Globo; atualmente, ele foca em fundar sua própria emissora.

Matheus Ribeiro, de 30 anos, fez história em novembro de 2019. Ele foi o primeiro homossexual a comandar o Jornal Nacional, principal programa jornalístico da Globo. O jornalista admite que, apesar do feito, por um tempo sentiu-se diminuído pelo título.

“Eu me irritava com essa coisa de ser chamado de 'gay do JN', me sentia diminuído. Eu pensava: 'Poxa, eu não sou só gay, sou mais que isso'. Entre os 27 jornalistas do rodízio, por exemplo, eu era o mais jovem e só o fato de eu ser gay era citado", comenta Matheus Ribeiro, em exclusiva ao Terra. 


A jornalista Izabella Camargo apresentando a previsão do tempo no 'Jornal Nacional', na Globo, em 2018.  Foto: Reprodução de 'Jornal Nacional' (2018) / Globo / Estadão Conteúdo

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Os jornalistas Matheus Ribeiro, da TV Anhanguera, e Larissa Pereira, da afiliada da Globo na Paraíba.   Foto: Instagram/@matheusribeirotv / Estadão

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O jornalista Matheus Ribeiro durante apresentação do 'Jornal Nacional', da Globo, em 9 de novembro de 2019.  Foto: Reprodução de 'Jornal Nacional' (2019) / Globo / Estadão

Na época em que teve seu nome incluído no rodízio do JN, o apresentador já era assumido para familiares e amigos, mas a sexualidade não era algo tão abordado no trabalho. Com a lista divulgada, ele teve sua vida pessoal explorada, o que classifica como desagrádavel.

"Na época, eu namorava um rapaz e um perfil de fofoca fez uma chamada absurda dizendo que eu vivia um romance secreto com um policial. De fato, ele era da corporação, mas não era um segredo."

O fato de ser o primeiro homossexual a ocupar uma cadeira no JN tem suas dores e delícias, e Matheus não nega isso. O jornalista afirma que recebeu diversas mensagens de apoio, além de ter se tornado um farol para novas gerações. Em contrapartida, ele também recebeu ataques.

"Quando vi as pessoas tentando me ofender por isso [sexualidade] na internet, eu toquei o fod*-**.Se você se depara com uma situação como essa e se acovarda, você permite que continuem pisando em gente como nós", disse o jornalista, que a partir deste momento empoderou-se do rótulo 'primeiro gay do JN'. 

 Poucos meses após comandar o Jornal Nacional, Matheus se demitiu da Globo. Segundo ele, na época, seu salário não condizia com as demandas. Depois, fechou contrato com a Record TV, mas a relação não durou muito. Após chegar ao topo da profissão, ele decidiu encarar um novo desafio: a carreira política.

"Sendo bem sincero, depois do JN perdeu a graça o jornalismo televisivo. É a mesma coisa que dirigir uma Ferrari e depois voltar para seu carro popular, fica menos empolgante. Como na televisão eu já estava realizado, decidi ousar e me candidatar. Estudei na Renova [maior escola de política do Brasil] e consegui 47 mil votos na minha primeira eleição. Não fui eleito, mas estou como suplente. Caso ocorra algo estou pronto para o dever, sem deixar de lado meus compromissos com a comunidade LGBTQIA+ e as minorias”.

*Terra

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