A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou ontem um Projeto de
Lei (PL) que visa criar cotas para garantir o acesso de pessoas trans e
travestis nas Universidades Federais a fim de combater desigualdades
enfrentadas por essa população. Serão destinadas no mínimo 5% de vagas
para cada curso e turno.
“A medida visa combater crueldades históricas que nos atingem: 90% das
pessoas trans vivem da prostituição. Mesmo sendo ao menos 2% da
sociedade brasileira, somos apenas entre 0,1% e 0,3% das pessoas em
Universidades Federais”, escreveu Erika no Twitter.
O projeto foi criado pela parceria entre 15 organizações e
movimentos trans e travestis da sociedade civil e tem como objetivo
abranger 63 universidades federais brasileiras e 38 institutos federais.
O PL ainda prevê que, caso o número de vagas destinado a esta cota não
sejam preenchidas, as mesmas serão revertidas para ampla concorrência.
Para
ser considerado pertencente à população trans, será adotado o critério
de autodeclaração e ficará a cargo de cada instituição de ensino
estabelecer um processo para confirmação da autodeclaração.
Ao divulgar o PL, a parlamentar lembra que parte desse grupo ainda
enfrenta muito preconceito e não conta com nenhum amparo das famílias.
Segundo ela, o diploma universitário é um caminho importante para que
trans e travestis possam conquistar independência econômica e
empregabilidade.
“O diploma do ensino superior
pode concretizar o sonho de muitas de nós de sairmos das ruas, e, para
as mais jovens, a possibilidade de nunca entrar nessa vida”, declara.
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