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Onça-pintada resgatada no Rio Negro é devolvida à natureza em operação inédita na Amazônia

Foto: Joedi Porto/ Seped
A onça-pintada resgatada em meio ao Rio Negro, em outubro deste ano, voltou ao habitat natural após uma grande operação de reintrodução que durou dois dias, iniciada na manhã de 9 de novembro e concluída no dia seguinte. A ação é considerada um marco histórico na conservação da espécie na Amazônia.

Trata-se do primeiro registro na região de um exemplar de Panthera onca resgatado, tratado e devolvido à natureza após um período de reabilitação.

A operação envolveu uma força-tarefa formada por médicos-veterinários, biólogos, pesquisadores, equipe de monitoramento e técnicos de imagem. Para garantir a soltura em condições seguras, o grupo precisou acampar em área de mata. A onça passou 40 dias em tratamento antes de ser liberada.

Transporte aéreo e navegação até o ponto de soltura

O felino foi levado de helicóptero até uma comunidade em Novo Airão e, de lá, transportado de barco até a região escolhida para a reintrodução — um local isolado, tecnicamente definido para oferecer segurança ao animal e afastamento de áreas habitadas.

Sedada por especialistas, a onça foi colocada em uma caixa de transporte feita especialmente para a operação. Após ser liberada, retornou ao ambiente natural de forma tranquila e seguirá sendo acompanhada por especialistas.

Monitoramento e preparação

Antes da soltura, o animal recebeu uma coleira de radiomonitoramento no dia 4 de novembro, permitindo que técnicos acompanhem seus deslocamentos e adaptação. O equipamento foi cedido pelo Instituto Onça-Pintada (IOP), de Goiás, com apoio do biólogo e fundador da instituição, Leandro Silveira.

A iniciativa reforça a importância do manejo, da ciência e da cooperação entre órgãos ambientais para a proteção da fauna amazônica.

Relembre o caso

A onça foi encontrada nadando no Rio Negro enquanto tentava atravessar de Iranduba para Manaus. O animal estava ferido por diversos disparos de chumbinho — 36 estilhaços foram encontrados no rosto — e precisou de atendimento veterinário imediato.

Após o resgate, realizado com apoio da Companhia Ambiental Fluvial do BPAmb (PM-AM), a onça foi levada para o antigo zoológico do Tropical Hotel, com autorização do Ipaam. A reabilitação envolveu cuidados intensivos até que o felino recuperasse plenas condições de sobrevivência.

A devolução bem-sucedida marca um avanço para os esforços de conservação e um exemplo de resposta eficaz diante da violência sofrida pela espécie.


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