Polícia aponta falhas de outros profissionais em morte de menino de 6 anos no Hospital Santa Júlia - Mix de Notícias

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Polícia aponta falhas de outros profissionais em morte de menino de 6 anos no Hospital Santa Júlia

Foto: reprodução 
O delegado Marcelo Martins, titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), informou nesta quarta-feira (17) que o inquérito que apura a morte de Benício Xavier Freitas, de 6 anos, no Hospital Santa Júlia, identificou a possível responsabilidade de outros profissionais de saúde além da médica e da técnica de enfermagem inicialmente investigadas.

Segundo o delegado, as apurações indicam falhas atribuídas a dois médicos que atuavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade hospitalar. De acordo com Martins, procedimentos essenciais deixaram de ser adotados durante o atendimento ao menino.

Entre as omissões apontadas, está a ausência de entubação imediata, que deveria ter sido realizada pelo médico Luiz Felipe Sorte. Além disso, não houve solicitação de apoio de médicos pediatras e de um anestesiologista, medidas consideradas fundamentais diante da gravidade do quadro clínico.

Ainda conforme a investigação, havia a possibilidade de administração de uma medicação capaz de reduzir os efeitos da adrenalina aplicada em Benício, atuando de forma seletiva no coração e contribuindo para a estabilização da frequência cardíaca da criança.

“A investigação se aprofunda e revela que existiram várias oportunidades para reverter o quadro, mas que não foram aproveitadas”, afirmou o delegado.

As apurações também apontaram falhas na avaliação médica do caso. Um conjunto de peritos e especialistas consultados destacou a necessidade de um parecer médico presencial, o que não ocorreu. Conforme a polícia, a médica Juliana Brasil realizou apenas uma consulta por aplicativo de mensagens, prática considerada inadequada para a gravidade da situação.

Os peritos ressaltaram que médicos e especialistas do próprio hospital deveriam ter sido acionados presencialmente para avaliar o estado clínico de Benício e definir intervenções imediatas.

Indiciamentos

Durante entrevista à imprensa, Marcelo Martins informou que a técnica de enfermagem Raiza Marinho será indiciada por homicídio doloso com dolo eventual. Já a médica Juliana Brasil responderá pelo mesmo crime e também por falsidade ideológica e uso de documento falso.

Segundo o delegado, Raiza teve diversas oportunidades de realizar o procedimento de dupla checagem e de acionar outros profissionais, mas não o fez. No caso da médica, além das falhas no atendimento, a investigação aponta inconsistências em um carimbo que indicaria atendimento pediátrico.

“O Benício não teve chance nenhuma. Foram erros sucessivos. Por isso incluímos a qualificadora de crueldade, pois ele sofreu intensamente”, declarou Martins, acrescentando que outros profissionais também poderão ser responsabilizados conforme o avanço das investigações.


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