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Cientistas “ressuscitam” olhos retirados de cadáver e abrem caminho para possível reversão da morte cerebral

 

Imagem ilustrativa - Reprodução da web

Cientistas americanos conseguiram fazer com que olhos retirados de cadáveres “voltassem à vida”, sugerindo que a morte cerebral poderia ser reversível.

Como mostra o jornal britânico The Telegraph, o estudo, publicado na última quarta (11/5) na revista científica Nature, prova que as células neuronais fotossensíveis presentes na retina ainda podem responder à luz e se comunicar umas com as outras até cinco horas após a morte, enviando sinais “semelhantes aos registrados em seres vivos”.

Esses neurônios fazem parte do sistema nervoso central (SNC), que engloba cérebro e medula espinhal, e a “ressuscitação” feita pelos pesquisadores pode levar à possível restauração de outras células do SNC, talvez trazendo de “volta à vida” a consciência da pessoa já falecida.

“Conseguimos despertar células fotorreceptoras na mácula humana, que é a parte da retina responsável por nossa visão central e nossa capacidade de ver detalhes e cores. Em olhos obtidos até cinco horas após a morte do doador de órgãos, essas células responderam às luzes brilhantes, coloridas e até mesmo flashes muito fracos”, afirma a pesquisadora Fatima Abbas, da Universidade de Utah (EUA), uma das autoras do estudo, citada pelo The Telegraph.

Além disso, as células da retina “conversaram” umas com as outras, como ocorre no olho de uma pessoa viva. “Estudos anteriores restauraram de forma limitada a atividade elétrica em olhos de doadores de órgãos, mas isso nunca foi alcançado na mácula, e nunca na extensão que demonstramos agora. A retina faz parte do nosso sistema nervoso central, então achamos que coisas semelhantes podem ser vistas também em outras partes do cérebro”, diz o pesquisador Frans Vinberg, também da Universidade de Utah (EUA), outro autor do estudo, citado pelo jornal britânico.


Entenda a experiência de ressuscitação

Segundo o The Telegraph, num primeiro momento, os cientistas americanos conseguiram reviver as células sensíveis à luz, mas tiveram dificuldade para fazer com que “falassem” umas com as outras.

Eles perceberam que a falta de oxigênio estava causando esse “silêncio” e, assim, projetaram uma unidade de transporte especial que poderia restaurar a oxigenação e levar outros nutrientes aos olhos removidos do cadáver do doador.

Essa unidade também incluía eletrodos conectados a ambos os lados da retina para monitorar sinais elétricos, bem como um sistema de estímulo de luz.

Agora, os pesquisadores esperam que as descobertas ajudem em novos tratamentos para perda de visão e na melhora da compreensão das doenças neurodegenerativas.



Fonte: Trends BR

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