Bolsonaro reclama por “ser ameaçado de cadeia quando deixar o governo”
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou, nesta quinta-feira (4/8), por ser ameaçado de prisão quando deixar o cargo. A declaração ocorreu em discurso durante uma agenda com pastores evangélicos, em São Paulo. O colunista do Metrópoles Guilherme Amado revelou, nesta semana, que Bolsonaro tem relatado a aliados o que enxerga como uma conspiração para levá-lo à prisão num cenário de derrota em sua tentativa de reeleição.
“Por vezes me pergunto: ‘Quem sou eu para chegar onde cheguei?’. Isso não é da boca para fora. O pessoal sabe, quando anda comigo, quantas vezes eu falo: ‘É muito mais fácil estar do outro lado, mas muito mais fácil, e não estar sendo ameaçado de cadeia quando deixar o governo’”, discursou Bolsonaro.
O presidente afirmou, como já fez outras vezes, que a acusação que recairia sobre ele seria a mesma que recaiu sobre a ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez: atos antidemocráticos. A boliviana foi acusada de ter realizado um golpe contra o ex-presidente Evo Morales, em 2019. Ela foi condenada em 2022 a 10 anos de prisão.
Na sequência do discurso, Bolsonaro se queixou de pressões externas para nomeações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tem pessoas que o tempo todo ficam falando: ‘Olha o teu futuro, você tem que fazer isso’, ‘Eu não quero esse nome para o STJ, tem que ser aquele outro, porque é lista tríplice, ou lista quádrupla’. Para o Supremo, a pressão que eu sofri”, relatou.
Ele, então, comentou ao público, formado por pastores, a demora na aprovação de André Mendonça, nome evangélico prometido ao segmento para uma cadeira na Corte, e chamou de “chantagem” as negociações em torno da aprovação de Mendonça, mas garantiu que sua palavra “vale”.
As Forças Armadas foram convidadas para integrar a Comissão de Transparência Eleitoral e apresentaram sugestões ao pleito deste ano. Alguns dos itens foram acatados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE); outros foram negados, sob a justificativa de que não há tempo hábil para implementação nesta eleição.
Bolsonaro tem se queixado dessa recusa, criticando de forma nominal os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes – respectivamente, ex, atual e futuro presidente da Corte Eleitoral.
Fonte: Metrópoles
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