O que está acontecendo com jovens indígenas que estão sendo doutrinados no interior do Amazonas? - Mix de Notícias

Últimas do Mix

O que está acontecendo com jovens indígenas que estão sendo doutrinados no interior do Amazonas?

Foto: ilustrativa/Reprodução/Instagram
Fortes acusações de suspeita de tr4fico humano estão ganhando atenção no Brasil desde que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) expos que um grupo islâmico estaria doutrinando e levando jovens indígenas do Amazonas para a Turquia.

Segundo o órgão, um grupo denominado Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham), que atua desde 2019 no Amazonas, conseguiu entrar em terras amazônicas com a intenção de doutrinar crianças e adolescentes indígenas para a religião islâmica, e enviando os menores para o exterior, prometendo às famílias melhores oportunidades e educação para eles.

Até o momento, o Governo não sabe responder como o grupo entrou no Brasil.

Com a repercussão de um grupo de 18 jovens indígenas que passaram por um processo de doutrinação islâmica no município de São Gabriel da Cachoeira, e que teriam sido enviados para a Turquia, os deputados federais realizaram uma audiência pública na manhã desta quarta-feira (10), para debater o tema.

A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lúcia Alberta, marcou presença na audiência e afirmou que o caso começou a ser apurado pelo órgão em outubro de 2022, após o acionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente em Manaus, que teve acesso às informações da presença de oito jovens entre 13 e 16 anos na casa de dois turcos.

“Esses jovens relataram que a ida para a instituição (centro islâmico) foi mediada pelos parentes. Ou seja, teve a autorização dos pais com a oferta de melhores condições de vida, com a melhoria da educação dessas crianças e adolescentes, que seriam posteriormente enviados para a Turquia para continuar os estudos e posteriormente retornarem ao Brasil como professores de religião”, disse.

Ainda segundo a representante, os jovens eram obrigados a fazer atividades domésticas do local, que apresenta má higiene e precariedade de alimentos.

“A alimentação deles se restringia a arroz e feijão, sem nenhuma proteína e raramente eles comiam macarrão. (…) Ainda consta nesse relatório da Funai que as condições dessa casa eram muito precárias e insalubres. O quarto dos jovens era muito sujo com a presença de um forte odor, bem como falta de higiene no banheiro que eles utilizavam no decorrer do processo (de doutrinação)”, detalhou a diretora.

A audiência pública decidiu que o embaixador da Turquia no Brasil deve ser convidado para prestar esclarecimentos.

O encontro contou com a presença da delegada da Polícia Federal (PF), Letícia Prado da Silva Cavalcante, que comunicou que não poderia dar detalhes sobre o caso por conta do sigilo das investigações.


Leia mais:

Amom propõe CPI para investigar tr4fico humano e expl0ração s3xual de indígenas no Amazonas

O deputado federal Amom Mandel destaca que a proposta de CPI ganha ainda mais força por se tratar de uma questão internacional, o que requer uma resposta ainda mais rápida do Estado.

“Os casos de tráfico humano e de exploração sexual de menores (…) é um problema pertinente. Como citei aqui, dez anos atrás houve um caso de exploração sexual de menores de idade indígenas para venda a garimpeiros, fazendeiros, empresários locais e até políticos e para outras pessoas da Venezuela, por exemplo. Sempre houve um quê internacional nesse problema e agora é envolvendo a Turquia. O problema em si é o mesmo, com a falta de presença do Estado brasileiro na Amazônia”, reforçou o deputado.

Nenhum comentário