VÍDEO: votação de projeto para proibir casamento homoafetivo gera 'bate-boca' entre deputados conservadores e deputada trans
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Fotos: Divulgação Câmara / Montagem Mix |
Uma sessão realizada nessa terça-feira (19) na Câmara dos Deputados, em Brasília foi marcada por muito bate-boca entre os parlamentares. O tema debatido era o casamento de pessoas LGBTQUIAP+ e o tempo fechou entre os deputados.
Veja vídeo:
A discussão e a votação do projeto, na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, acabaram sendo adiadas para o próximo dia 27, devido os discursos acalorados trocados pelos deputados. Os parlamentares vão realizar, ainda, no dia 26, uma audiência para ouvir 4 pessoas favoráveis a proibição e quatro contrárias a proposta.
Na ocasião da discussão da proposta os ânimos ficaram exaltados e o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) chamou a deputada trans, Erika Hilton (Psol-SP), de “amigo”, o que para muitos foi uma fala transfóbica. A discussão começou quando o deputado pastor disse que a bíblia não era um absurdo.
“A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia é a palavra de Deus”, disse Isidório a Hilton durante a comissão.
Com a bíblia nas mãos, ele continuou a falar sobre o casamento homoafetivo e disse que homem nasce homem, mesmo realizando cirurgia para mudança de sexo.
“Homem nasce como homem com binga, portanto, com pinto e com pênis” e “mulher nasce com sua cocota, sua tcheca [sic], portanto, sua vagina”, complementou Isidório, sendo interrompido por Hilton que pediu para rebater a fala do pastor deputado.
Erika Hilton o acusou de transfobia na sessão e o bate-boca foi generalizado, envolvendo também o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que gritou para que Hilton respeitasse o pastor, pois os ativistas da causa LGBT eram usados como “massa de manobra” para os deputados e deputadas se elegeram por meio da causa.
“Respeita o pastor, respeita o pastor. Não deixe ela lhe chamar de criminoso não, pastor. Respeita a nossa fé, respeita o cristianismo. Vocês usam essas pessoas e daqui a três anos tá pedindo votos para elas. Vocês usas os ativistas homossexuais”, diz Nikolas em vídeo.
No Brasil, não há lei que permita e regularize o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. No entanto, por decisão do STF, a união estável é possível desde 2011. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou aos cartórios a obrigatoriedade de realizar também o casamento homoafetivo.
Tanto uma modalidade quanto a outra conferem direitos aos casais perante à lei e à justiça brasileira.
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